Enquanto o Brasil enfrenta o Chile, o treinador Alexandre Gallo inicia o Sul-Americano sub-20 nesta quinta-feira, às 20h (de Brasília),
no Uruguai, na mira da direção da CBF.
Na reformulação conduzida por Marco Polo Del Nero antes de assumir a presidência da entidade em abril, diminuir o poder que Gallo tem hoje é uma das prioridades. O processo de organização na base da CBF é tocado por Gilmar Rinaldi, diretor de seleções.
Há cerca de dois meses, Gilmar mantém reuniões frequentes com uma série de coordenadores da base de clubes médios e grandes, além de pessoas de confiança. Foi a partir de um encontro de executivos na base realizado no Rio de Janeiro que ele se deu conta de que precisava mexer no setor.
Já é dado como certo dentro da CBF que Gallo ganhará um chefe direto a quem terá de se reportar. Atualmente, ele dirige a seleção sub-20, a seleção olímpica e também coordena toda a base. Além de sobrecarregado, o treinador tem autonomia em excesso para tomar decisões importantes. Dois profissionais que estão em atividade disputam o novo cargo cabeça a cabeça.
Nas reuniões que realizou, Gilmar ouviu críticas aos critérios adotados por Gallo para escolher profissionais, normalmente na base da amizade. Responsável pela seleção sub-15, o ex-zagueiro Caçapa jamais havia treinado até assumir o cargo. O auxiliar dele é o ex-volante Axel, de trabalhos realizados no Jabaquara, da quarta divisão paulista.
Axel e Caçapa são colegas de Gallo dos tempos de jogadores, a exemplo de Valdir Benedito. O ex-volante do Atlético-MG também seria contratado pelo coordenador para trabalhar na base da CBF, mas teve o nome vetado pelo comando da entidade.
As convocações realizadas geram reclamações, da sub-15 até a sub-23. Caçapa, no último ano, chamou um jogador dias depois de ele ter sido dispensado pelo Corinthians. Ele é criticado por não acompanhar as competições realizadas e pedir aos clubes que façam jogos-treino para que possa observar os atletas.
Gallo, por sua vez, passou por saia justa em outubro: depois de ser orientado a não chamar jogadores que atuavam no Brasil, ele teve que refazer toda a convocação com atletas do exterior por ordem do vice-presidente Del Nero. A lista prejudicaria clubes na reta final da temporada. Críticos do treinador apontam que ele não dá ouvidos a ninguém.
A tendência é que, daqui por diante, Gallo se concentre apenas no comando técnico dos times sub-20 e sub-23 e deixe a coordenação em outras mãos. Em conversas, Gilmar Rinaldi concordou que o treinador não tem a experiência em base e tempo disponível para comandar a ampliação do setor que é desejada pela CBF.
Mesmo assim, o nome do treinador é visto com ressalvas, especialmente por Dunga. Ao assumir, o gaúcho não gostou de saber que Gallo havia afirmado que as convocações do time principal teriam até 40% de atletas com idade olímpica, uma orientação que não foi adotada em nenhum momento por Dunga. O treinador da equipe adulta também soube que Luiz Felipe Scolari deixou o cargo furioso com Gallo, seu observador na Copa do Mundo.
Em contato com a reportagem, Gilmar Rinaldi se limitou a dizer que fazia reuniões para buscar melhores soluções para a base da CBF. Gallo, por sua vez, evitou comentários e disse que está concentrado no Sul-Americano sub-20.
Fonte: Uol
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