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sábado, janeiro 31, 2015

Estudo feito por PM baiano identifica grupos criminosos por tatuagens

A maior parte dos criminosos que possuem a imagem do Coringa no corpo, possuem ligação com a prática do roubo e possibilidade de envolvimento em morte de policiais. (Foto: Divulgação)Estudo feito pelo capitão do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos, Alden José Lázaro da Silva, da Polícia Militar da Bahia, sobre processo de
identificação de tatuagens em criminosos, revelou que muitas das imagens têm relação com a organizações criminosas ou crimes. Entre as descobertas, a pesquisa concluiu, por exemplo, que desenhos do coringa têm ligação com roubo e provável morte de policiais. Em outro caso recorrente, os palhaços, o pesquisador liga os criminosos aos crimes de formação de quadrilhas e roubos.
Com base no trabalho coordenado há aproximadamente 10 anos pelo capitão, foi elaborada a Cartilha de Orientação Policial com 36 tipos de tatuagens associadas a crimes específicos, que já começou a ser usada pela PM no combate à violência. Clique aqui e confira a cartilha.

Capitão Alden José autor da cartilha na Bahia. (Foto: Carla Ornelas/GOVBA)Capitão Alden José autor da cartilha.
(Foto: Carla Ornelas/GOVBA)
Alden José é bacharel em Segurança Pública, especializado em Prevenção da Violência, Promoção da Segurança e Cidadania pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e instrutor de Uso Progressivo da Força e de Sobrevivência Policial na Academia de Polícia Militar.
Segundo conta, inicialmente, a pesquisa surgiu por curiosidade ao observar, nas ocorrências rotineiras, que era possível associar tatuagens aos crimes que os detidos poderiam ter cometido.
"Após investigações, conseguimos associar as tatuagens aos crimes. O problema é que nós tínhamos dificuldade de comprovar a relação por falta de material, seja na internet ou no meio policial. Todas as polícias do Brasil afirmavam categoricamente que todas imagens tinham associação ao crime, mas não havia estudos, nem materiais escritos", explica.
O capitão diz que a cartilha é mais ferramenta de consulta ao policial e, por isso, para análise, é preciso precisão no cruzamento de dados, saber se a pessoa já cumpriu pena, para avaliar se estão, de alguma forma, estão enquadradas ou catalogadas na cartilha. "Não é porque a pessoa tem uma tatuagem que vai ser ladrão ou assassino. Nosso objetivo não é discriminar pessoas que tenham tatuagem, mas demonstrar que certas tatuagens encontradas em algumas pessoas podem mostrar indícios de crime. A gente pode afirmar que uma parcela significativa de pessoas que cometem crimes tem tatuagens específicas. Do universo que foi investigado e catalogado, esses presos apresentavam associações com os crimes. O que afirmo é baseado nas estatísticas, consultamos os arquivos de inteligência da polícia", conta.

Criminosos que posseum a tatuagem do palhaço têm ligação com roubos e formação de quadrilhas. (Foto: Divulgação)Criminosos que posseum a tatuagem do palhaço
têm ligação com roubos e formação de quadrilhas.
(Foto: Divulgação)
Sobre a pesquisa
O capitão Alden relata que foram utilizados dados com provas indiretas, comparação de fotos de suspeitos em flagrante e de suspeitos presos que estavam no arquivo em algumas delegacias.
"O acervo digital das delegacias tem as pastas divididas pelo crime. Os suspeitos já estavam catalogados no sistema prisional e isso ajuda muito. Dentro dessas fotos, peguei as mais comuns, mais recorrentes e quais eram os crimes daqueles presos naquelas imagens. A segunda parte da pesquisa era confrontar as informações obtidas com presos que respondiam aos processo. Chegamos a conclusão que uma parcela significativa dos presos ainda suspeitos possuíam o mesmo padrão de presos condenado há anos", explica.
Ainda segundo Alden, a identificação das imagens no interior de presídios e delegacias baianas era o mesmo padrão São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o que, segundo ele, mostra que o tipo de desenho não se limita apenas ao estado da Bahia. Na quarta fase da pesquisa, foi possível comprovar a escolha das imagens. "Conseguimos indícios de palhaço em várias gangues do Estados Unidos, por exemplo. As imagens, quase sempre associadas ao mundo da infância, são usadas pelo crime como estratégia de comunicação entre gangues", relata.

Fonte: G1

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