quinta-feira, janeiro 15, 2015

Espera por deportação adia volta de brasileiro que reportou falsa bomba nos EUA

O brasileiro Francisco Fernando Cruz, 23, está em um centro de detençãoO publicitário brasileiro Francisco Fernando Cruz, 23, preso desde janeiro de 2014 em Miami, nos Estados Unidos, por ter feito falsa denúncia de bomba em um avião, terá que esperar pelo menos mais
dois meses para voltar ao Brasil.

Ele foi preso em 9 de janeiro do ano passado e, mesmo libertado em 10 de janeiro deste ano, só deixará o país através de deportação. Até lá, continuará em um centro de detenção.

O prazo mínimo de dois meses de espera foi dado pelo próprio Francisco à mãe, Cláudia Cruz, que mora em Sorocaba (99 km de São Paulo). "Ele me ligou e disse que há um erro no processo. Fizeram a papelada como se ele quisesse ficar nos Estados Unidos, mas ele não quer. Ele disse que o prazo que passaram lá e de no mínimo um mês e meio, geralmente dois meses. Na verdade, eu acho que foi um castigo que deram a ele",  afirmou.

Cláudia argumenta que o filho fala inglês muito bem e que estava decidido, há bastante tempo, a ser deportado o mais breve possível. "Não tem como a Justiça ter entendido isso, ele não quer ficar lá. Eu acho que ele já pagou pela brincadeira que fez e deveria estar aqui comigo", explicou a mãe, que ressaltou que ainda não há data para a volta. "Pode até ser mais tempo. Agora, só me resta esperar e sentir saudade".

Cláudia contou ainda que a família toda chegou a ser investigada pelas autoridades norte-americanas, que buscavam possíveis vínculos terroristas. "O que ficamos sabendo é que eles levantaram informações sobre toda minha família e, depois de analisarem tudo, perceberam que não tínhamos esse perfil. Mas fomos analisados", disse.

Espera
Francisco estava na penitenciária do Estado da Geórgia, mas deixou o presídio com o fim da pena e passou a ocupar um espaço destinado a pessoas que esperam a deportação, o Centro de Detenção Irwin County, na cidade de Ocillla.

Segundo a advogada Patrícia Fernanda Rodrigues Del Mastro, que representa Francisco no Brasil, a família já enviou um pedido de informações ao Itamaraty para que a data da deportação de Francisco seja informada.

"Solicitamos essa informação há uma semana, mas ainda não tivemos resposta. Ele ficará no centro de detenção até que seja deportado", explica.

Procurado, o Itamaraty não respondeu se recebeu o pedido da família nem se existe prazo definido para que a deportação ocorra. "As autoridades consulares brasileiras, em Atlanta e Brasília, tem mantido contato com a família e estão sempre à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais sobre o caso", informou.

O caso
Depois de passar um ano fazendo um curso de especialização em marketing, Francisco estava em Miami, no dia 9 de janeiro de 2014, de onde embarcaria em um voo da TAM Linhas Aéreas com destino a Brasília.

Um dia antes, ele utilizou um computador na Montclair State University, na cidade de Montclair, Estado de Nova Jersey, informando à polícia de Miami e à TAM sobre a suposta bomba.

O Departamento de Polícia da cidade norte-americana rastreou a origem da mensagem e conseguiu uma foto, feita pela câmera do computador de onde ele mandou a mensagem, que mostrava o estudante no momento do envio.

Ele foi identificado e os policiais chegaram até Francisco ainda no aeroporto, antes do embarque. A bagagem dele foi revistada e nada foi encontrado, mas ele foi detido e enviado a uma delegacia, onde assumiu ser o autor das mensagens.

Ele permaneceu preso até o julgamento, ocorrido em maio, onde foi condenado. "Desde a primeira vez que falei com ele, meu filho diz que está arrependido. Ele achou que não levariam em conta a brincadeira por ser no voo dele. Ele também disse que queria ver se conseguiriam identificá-lo", diz Cláudia. "Ele fez sem pensar, coisa de criança, mas por isso estou há dois anos sem ver meu filho", completou.

Fonte: Uol

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