Robinson Faria (PSD) conseguiu, mesmo antes de assumir o Governo do Estado, vitórias importantes na Assembleia Legislativa que
permitiriam a ele um início de gestão mais tranquila. Contudo, a boa relação entre Legislativo e Executivo estaduais pode acabar já no início de fevereiro, se o deputado estadual Ezequiel Ferreira, do PMDB, chegar à Presidência da Assembleia. Isso porque a vitória dele representaria um racha considerável na base aliada e, consequentemente, a primeira vitória expressiva da oposição estadual contra o governo Robinson.
Isso porque, hoje, conforme se comenta abertamente na base aliada, o melhor candidato para o governo Robinson Faria seria o atual presidente, Ricardo Motta (PROS), candidato à reeleição na Assembleia. Oficialmente, ele até já teria recebido o apoio do líder do governo na Casa Legislativa, o deputado José Dias (PSD): “O nome que une mais a Casa é o de Ricardo Motta e o governo lançar candidato seria prejudicial ao próprio governo”.
Não era para menos. Foi graças a Ricardo Motta e seu grupo que a gestão do PSD teria conseguido a aprovação de matérias importantes para melhorar a situação de governabilidade do Rio Grande do Norte, como o empréstimo de R$ 850 milhões, que permitirá ao Estado investir em obras importantes; a permissão do Banco do Brasil de cobrar a Dívida Ativa do Estado, que pode ajudar a aumentar a arrecadação local; e a unificação dos fundos previdenciários, que cobriu o rombo de R$ 200 milhões e evitou que milhares de servidores públicos começassem 2015 sem salário.
Além dessa parceria, destaca-se também o momento de fortalecimento de Ricardo Motta, reeleito com maior número de votos (80 mil) e também escolhido pela imprensa como parlamentar da legislatura passada, com a incentivo a interiorização da Assembleia e a realização do primeiro concurso público.
Em tese, esses pontos sepultariam a possibilidade de eleição de qualquer outro candidato, afinal, com o apoio também da base de Robinson, Ricardo Motta teria o apelo popular (pela votação obtida) e dos deputados (lidera o PROS, partido de maior bancada, e conta com a simpatia de vários outros nomes que ajudou a eleger em outubro).
O problema é que, já depois do que disse José Dias, o ex-deputado estadual e agora vice-governador, Fábio Dantas, estaria descumprindo a própria palavra e promovendo a divisão do grupo. Afinal, em dezembro, Dantas afirmou que “não tenho nenhum problema de compor com Ricardo Motta, mas sigo um grupo político, que é o grupo vencedor da eleição, no qual a gente vai fazer um consenso entre todos e discutir quem é o melhor nome para a Assembleia, que pode ser Ricardo também, com certeza”.
Agora, porém, não só não estaria seguindo José Dias, como ainda estaria ajudando na eleição de Ezequiel Ferreira, nome do PMDB na disputa e que pode traduzir, se eleito, o racha na base aliada de Robinson Faria e o enfraquecimento do novo governo.
E, diante do enfraquecimento de nomes pré-lançados, como o de Álvaro Dias (PMDB), que não conseguiu unir o partido em torno de sua eleição, e de Gustavo Carvalho (PROS), por envolvido no processo de superfaturamento da ponte Newton Navarro, Fábio Dantas estaria conseguindo emplacar a eleição Ezequiel Ferreira, mesmo que este representasse, para a sociedade, o apoio do Governo de Robinson a um candidato do PMDB de Henrique.
Vários parlamentares, inclusive aqueles que tiveram a eleição apoiada e ajudada por Ricardo Motta, já teriam sido procurados para se unir ao projeto de Fábio Dantas. “Estão trabalhando forte para eleger Ezequiel”, revelou um dos parlamentares ouvidos pel’O Jornal de Hoje e que pediu para ter o nome preservado.
Fonte: Portal JH
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