Dois soldados israelenses foram mortos nesta quarta-feira (28) no ataque do grupo libanês Hezbollah contra o exército israelense em uma área ocupada na fronteira do
Líbano, informaram as forças armadas locais. A informação demorou para ser confirmada pois as famílias dos soldados foram notificadas antes.
Um míssil anti-tanque atingiu uma posição militar israelense nas fazendas de Shebaa. O ataque foi reinvindicado pelo movimento xiita libanês Hezbollah. "O grupo dos mártires de Quneitra, da Resistência Islâmica, atacou com foguetes nas fazendas de Shebaa libanesas ocupadas, um comboio militar israelense composto por vários veículos que transportavam oficiais e soldados sionistas. Vários veículos foram destruídos e há vítimas nas fileiras do inimigo", afirma o movimento Resistência Islâmica, ala militar do Hezbollah.
Segundo comunicado israelense, outros sete soldados ficaram feridos no ataque, que causou bombardeios de represália contra o sul libanês. Um soldado espanhol da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) também foi morto em meio à violência, informou a embaixada da Espanha no Líbano.
Logo após a confirmação, o premiê libanês disse que reafirmava o compromisso com a resolução 1701 da ONU que acabou com a guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006, segundo a agência Reuters.
Resposta imediata
Os tanques e a artilharia israelenses bombardearam as aldeias de Kfar Shuba, Majidiyé, Halta e Arkub, no sul do Líbano, onde estão posições do exército libanês e da Unifil, encarregada de supervisionar a fronteira israelense-libanesa, de acordo com uma fonte de segurança libanesa.
O exército israelense afirmou ter "respondido com ataques combinados por terra e ar contra posições operacionais do Hezbollah". "Esta não foi, necessariamente, a última resposta" de Israel, alertou no Twitter o porta-voz militar , o general Moti Almoz.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, considerou no Twitter que seu país deve reagir a este tipo de ataque "de maneira muito dura e desproporcional".
Veículo queimado é visto perto da vila de Ghajar, na fronteira de Israel com o Líbano, após ataque reinvindicado pelo Hezbollah (Foto: REUTERS/Maruf Khatib)
Além disso, Israel disse ao Conselho de Segurança da ONU que vai tomar todas as medidas necessárias para se defender. "Israel não ficará parado enquanto o Hezbollah ataca israelenses", disse o embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, em carta ao Conselho de Segurança.
"Israel não aceitará qualquer ataque a seu território e vai exercer seu direito de autodefesa e tomar todas as medidas para proteger sua população", acrescentou.
Moradores de Ghajar, Hussein, de 31 anos, e Ali, de 37 anos, explicaram que três casas foram atingidas nesta aldeia de 2.000 habitantes, durante a troca de tiros entre soldados israelenses e o Hezbollah. "Alguns civis foram feridos por estilhaços", indicou Hussein.
Após o ataque, tiros de morteiros tiveram como alvo uma base militar israelense no Monte Hermon, segudo o exército. "O exército israelense fechou o local e retirou os civis da área", declarou um porta-voz militar.
Mártires
Ao atribuir a ofensiva aos "mártires de Quneitra", o Hezbollah estava se referindo ao ataque de 18 de janeiro contra o Hezbollah na província síria de Quneitra, e atribuído a Israel, no qual seis membros do Hezbollah foram mortos, assim como um general iraniano.
Soldados israelenses atendem colega ferido perto da fronteira de Israel com o Líbano nesta quarta-feira (28); ataque reivindicado pelo Hezbollah deixou dois soldados mortos (Foto: REUTERS/JINIPIX)
O Hezbollah, que apoia militarmente o regime sírio em sua guerra contra os rebeldes e os jihadistas, ameaçou vingar seus combatentes. Israel não negou nem assumiu oficialmente a responsabilidade pelo ataque contra o Hezbollah na Síria, mas esperava desde então por uma resposta.
As Fazendas de Shebaa são uma pequena área na fronteira de Israel, Líbano e Síria. O Líbano reclama soberania sobre esta área ocupada por Israel.
Incidentes acontecem regularmente ao longo da Linha Azul, que define a fronteira libanesa-israelense, de acordo com o traçado da ONU após a retirada israelense em 2000, terminando 22 anos de ocupação do sul do Líbano.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!