Homens armados explodiram um carro-bomba do lado de fora de um hotel de luxo em Trípoli, matando nove pessoas, incluindo cinco
estrangeiros, nesta terça-feira (27). Em seguida, eles entraram no estabelecimento e se explodiram. Fontes de segurança líbias disseram que o ataque foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico.
"Caçados e cercados no 21º andar do hotel pelas forças de segurança, os atacantes detonaram os cintos de explosivos que estavam usando", indicou o porta-voz das operações de segurança em Trípoli, Issam al-Naass. Outra fonte de segurança confirmou localmente esta informação.
Além dos cinco estrangeiros, os homens armados matarem três guardas, antes de invadirem o estabelecimento. Ainda não há informações sobre a nacionalidade dos estrangeiros que foram mortos pelos terroristas, mas o porta-voz da segurança indicou que duas mulheres estão entre as vítimas.
Uma pessoa feita refém pelos terroristas e cuja nacionalidade não é conhecida também morreu quando os homens armados acionaram seus explosivos, informou uma porta-voz dos serviços de segurança.
Várias ambulâncias continuam estacionadas nas proximidades do hotel. Ainda não se sabe quantos hóspedes estavam no hotel, frequentado por diplomatas e membros do governo.
O chefe do governo autoproclamado, Omar al-Hassi, estava no interior do hotel no momento do ataques, mas conseguiu sair sem ferimentos, segundo Naass.
Os jornalistas foram proibidos de entrar no hotel após o ataques, enquanto especialistas foram enviados para verificar a existência de possíveis explosivos.
EI na Líbia
Vários combatentes do grupo jihadista Estado Islâmico na Líbia reivindicaram ter lançado o ataque contra o hotel de luxo em Trípoli, informou o centro americano de vigilância de páginas islâmicas radicais SITE.
Em uma mensagem no Twitter, o braço do EI em Trípoli afirmou que seus membros tomaram de assalto o hotel, que costuma abrigar diplomatas e líderes líbios, acrescenta. A Líbia está mergulhada no caos, com dois governos e parlamentos lutando por legitimidade e controle quatro anos após a queda de Muammar Gaddafi.
Trípoli está no comando de um grupo chamado Aurora Líbia, que tomou a metrópole em agosto, expulsando uma força rival, reinstaurou a legislatura anterior e forçou o governo internacionalmente reconhecido a se refugiar e operar no leste do país.
'Ato de terrorismo'
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, manifestou preocupação com o ataque, condenando e expressando solidariedade às vítimas e suas famílias.
"Não podemos permitir que estes ataques prejudiquem o processo político", declarou em um comunicado, referindo-se ao novo ciclo de negociações mediadas pela ONU entre facções rivais da Líbia que iniciou-se na segunda-feira com vista à implementação de um roteiro para criar uma governo de unidade.
O luxuoso hotel Corinthia, centro de reunião de funcionários do governo, diplomatas e empresários estrangeiros, era considerado um lugar seguro e um oásis em meio ao caos estabelecido na cidade desde a queda do coronel Muammar Khaddafi.
Neste local, reuniram-se o primeiro-ministro britânico David Cameron e, mais tarde, o então presidente francês, Nicolas Sarkozy, com autoridades locais após a mudança de regime.
Mas a segurança diminuiu desde outubro de 2013, quando o primeiro-ministro Ali Zeida foi sequestrado por homens armados, que o libertaram horas depois.
Fonte: G1
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