Ao condenar o "assassinato brutal" do cidadão japonês Haruna Yukawa, 42, pela facção radical Estado Islâmico (EI), o presidente
dos EUA, Barack Obama, acabou confirmando a morte -até então não dada como certa pelo governo do Japão.
Até as 21h (hora de Brasília), autoridades do país asiático diziam estar investigando a autenticidade de um vídeo atribuído ao EI, no qual um dos dois reféns japoneses segura uma fotografia na qual apareceria o outro homem decapitado.
O vídeo foi postado em um site ligado à milícia islâmica e rapidamente apagado.
Em nota, Obama disse que "os EUA condenam o assassinato brutal do cidadão japonês Haruna Yukawa pelo grupo terrorista ISIL [sigla usada por Washington para o EI]", mas não deu detalhes de como confirmou a morte do refém.
Na manhã deste domingo (noite de sábado no Brasil), o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, chegou a "condenar este ato", sem confirmar que Yukawa foi assassinado. "Um ato de terrorismo como esse é ultrajante e inadmissível", disse.
Visivelmente abatido, ele exigiu que o outro refém, o jornalista Kenji Goto, 47, seja "imediatamente libertado".
Nesta sexta-feira (23), acabou o prazo de 72 horas que o grupo radical deu ao governo japonês para que pagasse US$ 200 milhões e evitasse a execução dos dois reféns.
O valor é o mesmo oferecido na semana passada pelo premiê japonês aos rebeldes sírios e ao governo do Iraque para ajudar no combate à milícia. Tóquio se recusou a pagar o resgate.
ANOMALIAS
Especialistas disseram à TV NHK que o vídeo apresenta várias "anomalias", como cenário diferente do habitual e ausência de símbolos do EI ou referências religiosas.
Na gravação, Goto aparece dizendo que o EI quer, em troca de sua liberdade, que seja solta Sajida al-Rishawi, uma mulher-bomba que, em nome da al-Qaeda no Iraque, tentou atacar em 2005 um hotel na Jordânia -país onde está presa.
Em um site afiliado ao EI, militantes questionaram a veracidade do vídeo. A gravação teria sido enviada à mulher de Goto, segundo a agência Kyodo News.
Goto é um conhecido jornalista freelancer que trabalhava na Síria, e Yukawa teria viajado ao território sírio para montar uma empresa de segurança, onde acabou se unindo a um grupo rebelde rival do Estado Islâmico.
Fonte: Folha de são Paulo
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