Armado com arco e flecha e pedaços de madeiras, um grupo de índios tentou invadir nesta terça-feira (16) o Anexo 2 da Câmara dos Deputados. Os indígenas foram
impedidos de ingressar no prédio do Legislativo pela Polícia Militar e por seguranças da Casa com o uso de spray de pimenta.
No tumulto, um policial militar foi atingido em um dos pés por uma flecha disparada pelos indígenas. De acordo a corporação, o artefato não chegou a atravessar o pé do policial, mas ele machucou um dedo. Após a confusão, o PM foi atendido no serviço médico da Câmara e liberado.
Os indígenas protestam contra relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre projetos de demarcação de terras indígenas. A votação do texto, que flexibiliza dispositivos da Constituição sobre demarcação, está prevista para ocorrer nesta terça na Comissão Mista de Consolidação das Leis e Regulamentação Constitucional.
Os índios também protestam contra a PEC 2015, que tramita em uma comissão especial da Câmara, e passa do Executivo para o Legislativo o poder de demarcar terras. Não há data marcada para a votação do texto.
De acordo com Sonia Guajajara, coordenadora da articulação dos povos indígenas do Brasil, os índios não foram consultados sobre a PEC.
Os indígenas começaram a se concentrar em uma das portarias do Senado, mas depois tentaram forçar entrada no Anexo 2 da Câmara. Eles tentaram agredir os policiais, que formaram um "bloqueio humano", com as flechas e pedaços de pau.
O policiamento precisou ser reforçado, e os homens utilizaram o spray. Por volta das 12h35, os indígenas permaneciam em frente à porta de vidro que dá acesso à Câmara. Com chocalhos, eles alternam gritos de guerra.
Socorristas foram chamados para atender pessoas que pudessem ter sido atingidas por flechas ou pelo spray de pimenta.
Parte dos indígenas que participam do protesto fez um ritual de luta diante do cordão de policiais militares. Segundo o índio Aruanã Pataxó, os índios fazem esse ritual quando estão em luta por alguma causa. Hoje, ressaltou Pataxó, a batalha é contra a PEC 215.
Caso semelhante
Um cabo da Polícia Militar também foi atingido por uma flecha durante protesto contra a Copa do Mundo, em maio deste ano. Kleber Ferreira, de 40 anos, classificou na época a situação como “só um susto”. Ele sofreu um corte de dois centímetros perto da virilha, foi atendido pelo Samu no local e depois fez um curativo em um hospital particular.
A manifestação aconteceu na área central de Brasília e reuniu cerca de 2,5 mil pessoas. O cabo fazia parte da equipe da cavalaria que acompanhava o primeiro dia do Tour da Taça da Copa do Mundo em Brasília.
Fonte: G1
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