Preso na na manhã desta terça-feira (2), um empresário paulista radicado em Natal é suspeito de liderar um dos esquemas de distribuição de drogas investigado
pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte e que culminou na operação 'Alcatraz' - uma alusão ao nome da penitenciária americana instalada na ilha de Alcatraz, que no início do século XX recebia os chamados chefões do crime organizado.
O Ministério Público informa que o suspeito é sócio de um salão de beleza localizado em uma área nobre de Natal. As investigações indicam que o empresário liderava a distribuição de drogas no atacado, abastecendo a Grande Natal, além das regiões Seridó, Central e o Vale do Açu. O MP acrescenta que o homem está envolvido em algumas das maiores apreensões realizadas neste ano no estado.
Uma das aprenssões citadas pelo MP foi de 70 quilos de maconha no dia 20 de outubro em São José de Mipibu. A droga foi encontrada em um ônibus vindo de São Paulo. Outra apreensão aconteceu em Macaíba, onde foram apreendidos 20 quilos em um carro que estava a caminho da região Seridó. Nos dois casos, as prisões foram feitas pela Polícia Rodoviária Federal.
Há ainda a suspeita de que a mesma organização criminosa tenha sido fornecedora dos100 quilos de maconha apreendidos pela Polícia Militar na cidade de Caraúbas em setembro deste ano.
Operação Alcatraz
Ao G1, o secretário estadual da Segurança Pública e da Defesa Social, general Eliéser Girão, afirmou que muitas denúncias foram recebidas sobre a atuação do crime organizado nos presídios. "Chegamos no limite do limite. Recebemos muitas denúncias com muita gente envolvida. Não poderíamos esperar mais", disse.
A operação Alcatraz cumpriu 223 mandados de prisão e 97 mandados de busca e apreensão. A operação conjunta envolveu Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal. Dos 223 mandados de prisão, 154 foram para investigados já presos, integrantes das organizações criminosas.
Além do Rio Grande do Norte, as ordens judiciais foram cumpridas também em São Paulo, Paraná e Paraíba. No RN, os mandados foram cumpridos em Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Currais Novos, Caicó, Assu, Parelhas, Lajes, Jucurutu, Jardim do Seridó, Jardim de Piranhas, São Vicente, Acari, Cruzeta e Santa Cruz.
Organizações ditavam regras
As investigações do Ministério Público do Rio Grande do Norte apontam que duas organizações criminosas 'ditam diretrizes e princípios' no sistema penitenciário do estado. As diretrizes e princípios, segundo o MP, são seguidas pelos integrantes das organizações, que articulam crimes fora dos presídios. O órgão ministerial aponta ainda que um dos grupos tem forte relação com outros estados da federação.
As investigações de comissões do Ministério Público duraram 10 meses. De acordo com o MP, as informações colhidas no período possibilitaram a realização de 75 prisões em flagrante feitas pela Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal. As prisões foram efetuadas por crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e roubo
Ainda segundo o MP, a maior apreensão de drogas feita pela PRF no ano foi realizada a partir da investigação. Aconteceu no dia 18 de maio deste ano, na cidade de Dourados, estado do Mato Grosso do Sul, onde a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 15,2 toneladas de maconha. O órgão ministerial afirma que parte expressiva da droga seria distribuída no Rio Grande do Norte.
Fonte: G1
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