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quarta-feira, dezembro 17, 2014

Liderado por lutadores, grupo confirma processo milionário contra UFC

Fitch, Quarry e Le são os líderes de ação contra o UFC. Foto: Divulgação O grupo que move um processo de grandes proporções contra o UFC divulgou mais detalhes da ação nesta terça-feira (16), em conferência telefônica com
participação de membros da imprensa.

A ação, que acusa o Ultimate de práticas monopolistas nos últimos anos, é liderada por três lutadores: Cung Le, o único ainda com vínculos com o UFC, Jon Fitch, atual lutador do WSOF, e Nate Quarry, ex-lutador e participante da primeira temporada doThe Ultimate Fighter. Além disso, o ex-campeão dos meio-médios Carlos Newton também prestou apoio ao movimento.

O grupo alega que o UFC gradativamente vem tornando o cenário internacional do MMA em um verdadeiro monopólio. “O processo alega que as atitudes do UFC, em especialmente nos últimos anos, fizeram com que eles se tornassem a única opção para lutadores que querem levar uma vida viável na profissão”, diz o manifesto. “O UFC impede que os lutadores trabalhem com outros promotores de MMA, façam ações promocionais próprias e assinem com outros patrocinadores – são atitudes monopolistas que suprimem os ganhos dos lutadores.”

Assim, o objetivo da ação é “corrigir o que está errado, mudar o status quo e introduzir uma competição saudável ao meio”.

Um dos exemplos citados pelos membros do processo envolve o ex-campeão do PRIDE Fedor Emelianenko. Quando o russo se recusou a assinar com o UFC, a organização norte-americana teria exigido que a marca de roupas TapOut retirasse uma oferta de patrocínio milionária a Emelianenko – caso contrário, a empresa perderia o acesso aos eventos do UFC.

Também é mencionado o fato de o UFC adquirir e encerrar as atividades de potenciais organizações concorrentes, como o que aconteceu com WEC, WFA e Strikeforce. “Hoje em dia, a única opção para os lutadores de elite de MMA é o UFC. O motivo disso é que o UFC sistematicamente fechou todos os seus competidores”, diz.

O baixo pagamento dado aos atletas também motivou a ação. “Todos os lutadores do UFC recebem uma mera fração daquilo que aconteceria em um mercado competitivo. Em vez de haver pagamentos comparáveis ao que se vê no boxe – um esporte que tem muitos paralelos com MMA –, os lutadores recebem menos do que deveriam, apesar da natureza punitiva de sua profissão”, explicou Benjamin Brown, um dos advogados da acusação.

Nate Quarry afirmou que, apesar de somente alguns lutadores estarem participando do processo, vários outros atletas que preferiram anonimato expressaram apoio. O caso, oficialmente chamado de Cung Le et al. versus Zuffa e UFC, foi aberto às 12h45 desta terça-feira, em San Jose, no estado norte-americano da Califórnia.

O processo conta com o apoio de quatro grandes empresas de advocacia especializadas neste tipo de assunto: Joseph Saveri Law Firm, Cohen Milstein & Toll PLLC, Berger & Montague e Warner Angle Hallam Jackson & Formanek PLC. Para se ter uma ideia da grandeza dos escritórios, a primeira ganhou um processo milionário semelhante em abril deste ano contra Google, Apple, Adobe e Intel; já a segunda derrotou, em maio de 2013, a empresa de produtos químicos Dow Chemical em ação cujos valores superam US$ 1 bilhão.

A acusação evitou mencionar valores exigidos – apenas citou que deverá se tratar de algo “substancial”, o que será calculado por economistas. No entanto, Robert Maysey, consultor da acusação e especialista em leis do esporte, afirmou que casos dessa magnitude levam de três a cinco anos para serem solucionados.

UFC responde a polêmica de maneira sucinta

Em nota oficial divulgada à imprensa momentos após a divulgação do processo, o UFC se pronunciou de maneira breve sobre o assunto. Em curto texto publicado em seu site, a organização evitou detalhar quais atitudes tomará, mas garantiu que fará de tudo para se defender das acusações.

“O UFC está ciente da ação movida hoje, mas ainda não recebeu e nem mesmo teve a oportunidade de revisar o documento. O UFC irá vigorosamente se defender, assim como defenderá as práticas de negócios utilizadas”, diz a nota.

Fonte: terra

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