A Polícia Civil informou que um laudo divulgado nesta sexta-feira (5) pelo Instituto Médico Legal (IML) comprova que a adolescente
de 17 anos, que denunciou ter sofrido um estupro coletivo, foi violentada e manteve relação sexual com mais de uma pessoa no dia em que o crime ocorreu.
O caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Indiara, a 100 km de Goiânia. Mesmo a garota tendo mudado a versão e negado ter sido estuprada, todos os suspeitos foram presos, entre eles um vereador.
“Estou com o laudo em mãos e ele comprova que houve os atos sexuais com a adolescente, que teve mais de uma pessoa praticando esses atos sexuais e que para a prática desses atos houve a ação de violência”, afirma o delegado Queops Barreto, responsável pelo caso.
O abuso ocorreu no dia 9 de novembro, na casa do comerciante Leandro de Castro, irmão do vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Indiara, Jean de Castro (DEM). Além deles, outros três homens estão detidos suspeitos de participar do crime. A menor teve um envolvimento com Leandro e depois de mudar sua versão sobre o caso, na última terça-feira (2), afirmou que os dois estão namorando.
De acordo com Barreto, não é possível saber quantas pessoas tiveram relação com a menor naquele dia. Ele explica que o próximo passo da investigação é fazer a coleta do material genético dos suspeitos para confrontar com o que foi colhido na vítima. Com disso, será possível afirmar com a "certeza técnica" o envolvimento dos suspeitos. "Vamos consultá-los [os suspeitos] para ver se eles farão a doação [do material genético]. Porém, eles não são obrigados a produzir provas contra si mesmos", pondera.
Após pedido do delegado, a Justiça decretou a prisão preventiva dos suspeitos. Ele explica que a detenção foi motivada por "conveniência da instrução criminal". "Eles [suspeitos] estavam tumultuando as investigações. A defesa estava induzindo as testemunhas a mentirem", afirmou.
Nesta tarde, o delegado espera colher o depoimento de Leandro. O advogado dos suspeitos, Danilo Vasconcelos, informou ao G1 que já entrou com o pedido de revogação da prisão dos suspeitos no Fórum de Jandaia, responsável por Indiara.
Lote e R$ 10 mil
Quando procurou a delegacia para mudar seu depoimento, negando que tivesse sido violentada, a adolescente afirmou que tinha agido por ciúmes de Leandro. No entanto, a polícia informou que obteve informações de que os suspeitos prometeram dar a ela um lote e R$ 10 mil caso ela se retratasse.
"Isso já consta nos autos, mas até onde apuramos tratou-se apenas de uma promessa, não se concretizou", afirmou Barreto. Após denunciar o crime, a garota voltou atrás e disse que não houve estupro. "A gente sempre foi amigo, sempre conversamos. Essa questão aí [denúncia] foi só ciúme meu mesmo", disse a adolescente. Ainda segundo a garota, ela foi pressionada a denunciar a existência de um abuso, mas se recusou a dizer quem a teria coagido e o motivo.
Crime
Inicialmente, a menor havia dito que foi abusada durante a festa na casa do seu atual namorado. Na época, a adolescente afirmou que, enquanto mantinha relação sexual com Leandro em um dos quartos da residência onde ocorria a festa, os outros quatro homens entraram e a abusaram sexualmente.“Eles me morderam, me bateu de chinelo, me deu tapa (sic)”, conta a jovem.
Ela afirmou que o vereador ficou com medo de ser flagrado pela namorada durante o ato e disse acreditar que o estupro já tinha sido planejado pelos suspeitos porque eles falavam entre si sobre “seguir um esquema” durante o evento. Na ocasião, a jovem relatou ter sofrido mudanças drásticas na rotina após ter denunciado o caso.
“Eu não estou nem saindo de casa por causa disso, nem de dia eu estou saindo. Saio daqui só acompanhada com o Conselho [Tutelar]. Eu não estou fazendo mais nada do que costumava fazer”, contou.
Fonte: G1
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