Qualitativa e quantitativamente, o Programa Mais Médicos, financiado pelo Governo Federal, foi bem avaliado no Rio Grande do Norte,
segundo análise feita pela Coordenadora da Comissão Estadual (CCE/RN), Cláudia Frederico de Melo. Entretanto, ainda há vazios assistenciais. “É um desafio muito grande qualificar a atenção básica devido a sua complexidade. Há municípios que ainda não tem cobertura adequada da estratégia Saúde da Família, o que significa que há população sem o atendimento necessário”, comentou.
Apesar das dificuldades, o que estava previsto no planejamento do Mais Médicos para os anos de 2013 e 2014 aconteceu de forma satisfatória. “Com os profissionais que chegaram em nosso Estado, nós ampliamos o acesso à saúde para população. Nesses dois primeiros anos mais de 700 mil pessoas foram beneficiadas através dos 243 profissionais médicos que estão no quadro do programa”, afirmou Cláudia.
A avaliação do processo de implantação e funcionamento do Programa Mais Médicos está acontecendo durante todo o dia de hoje, no Hotel Praia Mar, em Ponta Negra, reunindo coordenadores municipais, profissionais de saúde e técnicos da Secretaria de Estado da Saúde Pública. Atualmente, 99 municípios estão credenciados no projeto e irão contar com os profissionais por mais um ano, tendo em vista que o contrato dos médicos com o Governo Federal é de três anos.
De acordo com a Comissão Estadual, ainda não está previsto para o próximo ano a chegada de novos profissionais para a atenção básica. “O que teremos no próximo ano é o programa Mais Especialidades, que virá para diminuir os gargalos da saúde pública com relação à demanda de exames, por exemplo”, afirmou a coordenadora.
O Mais Especialidades, anunciado por Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral, será uma rede de clínicas com especialistas e exames de apoio diagnóstico para acabar com a espera e a demora nos atendimentos às pessoas em todo o Brasil. A meta é criar, em todas as regiões do país, uma rede de unidades especializadas integradas – com consultas de pediatria, ginecologia, ortopedia, entre outras áreas. Além das consultas, as clínicas oferecerão exames, tratamentos e reabilitação.
Dessa maneira, o paciente já poderá fazer as consultas, exames e tratamentos no mesmo lugar, sem demora e no tempo certo para ser mais eficaz. “Com essa reunião ampliada que está acontecendo hoje teremos condições de saber o que será preciso para atuarmos mais fortemente na saúde pública em 2015. Neste momento estamos superando um nível de investimentos na saúde, mas não podemos nos acomodar. Outros desafios virão e precisamos estar preparados”, afirmou Cláudia Frederico.
“Ter médico hoje, o dia inteiro, de segunda a sexta-feira, faz muita diferença no sistema de saúde. Obviamente ainda estamos longe da excelência, mas não podemos negar que o Programa Mais Médicos ajudou a melhorar a assistência à saúde para a população que era menos assistida”, disse.
Ceará-Mirim
De acordo com a Comissão Estadual do Projeto Mais Médicos, a única situação mais emblemática enfrentada pelo programa federal no RN foi com relação ao município de Ceará-Mirim, localizado a aproximadamente 32 km da capital potiguar. No dia 31 de janeiro deste ano o município foi descredenciado do Mais Médicos pelo Ministério da Saúde (MS), devido ao fato de não ter atendido aos critérios estabelecidos legalmente pelo Ministério.
Na época, a Secretaria de Estado de Saúde Pública no (Sesap) informou que, apesar de ter aderido ao Programa, Ceará-Mirim não ofereceu as devidas condições de moradia e alimentação para acolher os três profissionais (dois espanhóis e um boliviano) que lá haviam chegado em setembro de 2013.
Diante do problema, os médicos relataram a situação ao Ministério da Saúde e a Comissão Estadual do Programa fez uma visita técnica de avaliação, constatando a veracidade do relato dos profissionais. Além disso, a Comissão constatou as precárias condições das unidades básicas de saúde onde os médicos iriam atuar. Embora o MS dado novos prazos para o município fazer as adequações necessárias, estas não foram realizadas.
Devido ao descredenciamento de Ceará-Mirim do Programa, os três profissionais foram transferidos para Natal, onde continuam trabalhando até hoje.
Fonte: Portal JH
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