O governo argelino anunciou nesta terça (23) que forças especiais do Exército do país mataram o líder de um grupo dissidente do Estado Islâmico que decapitou um turista
francês em setembro. Outros dois militantes foram mortos na mesma noite, em operações paralelas.
Abdelmalek Gouri, ou Khalid Abu Suleiman, foi morto durante a madrugada local numa emboscada a 50 quilômetros de Argel. Radical islâmico há cerca de duas décadas e ex-membro de uma filial magrebina da Al Qaeda, Gouri liderava o grupo Soldados do Califado, que declarou lealdade ao Estado Islâmico em setembro.
Num vídeo publicado na internet em 24 de setembro, o grupo de Gouri decapitou o turista francês Herve Gourdel, 55, capturado ao planejar uma escalada nas montanhas argelinas.
Segundo o anúncio do grupo, Gourdel foi morto para punir a França por promover ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque. Desde então, porém, o grupo não empreendeu nenhuma outra ação de vulto.
"O grupo é pequeno e só existiu por alguns meses", disse à agência Reuters o analista de segurança argelino Anis Rahmani. "A morte do seu líder deve afetar o entusiasmo dos militantes."
A operação que levou à morte do terrorista ocupou cerca de 3.000 soldados argelinos durante três meses. No período, eles vasculharam a região montanhosa da região da Cabília, que abriga diversos grupos armados e é conhecida como "Triângulo da Morte".
A execução de Gouri é a ação mais bem-sucedida da operação. Em outubro e em dezembro, os militares já haviam matado outros dois membros do grupo. Gouri foi emboscado na cidade de Isser. "Os serviços de inteligência tinham a informação de que ele viria visitar seus pais", disse à Associated Press uma fonte dos serviços de segurança, sob a condição de anonimato.
No início de sua carreira como terrorista, Gouri participou do Grupo Islâmico Armado, o mais radical grupo de guerrilheiros islâmicos na guerra civil que deixou mais de 200 mil mortos entre 1991 e 2002. Já havia sido preso por um curto período, no final dos anos 90, antes de ser libertado e fugir para o Líbano, onde treinou. As autoridades dizem que ele pode ter planejado alguns dos mais letais bombardeios suicidas em Argel, em 2007.
Neste ano, as forças argelinas mataram 110 radicais, e a Argélia permanece sendo um aliado-chave dos Estados Unidos. Durante a década de 1990, a Argélia desenvolveu experiência na luta contra o terrorismo, combatendo uma insurgência islâmica local.
Fonte: Folha de São Paulo
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