A Polícia Civil de Santa Catarina vai reconstituir na próxima semana a morte da estudante Jéssica Maiara, 17, atropelada e morta pelo tio André Luís da Silva, 47. Depois de seis dias desaparecida e de
intensas buscas da polícia, o corpo decomposto da menina foi encontrado na quinta-feira (20), em São José, na Grande Florianópolis.
Segundo o delegado Luiz Rosado, o objetivo da reconstituição é derrubar a versão do tio de que a morte teria sido um acidente. Rosado disse que "ele escondeu o corpo e passou seis dias fingindo que não fez nada, até ser descoberto".
O laudo do IGP (Instituto Geral de Perícias) apontou "causa da morte indefinida". O delegado suspeita que houve abuso sexual e pediu exames complementares. Silva admitiu à polícia que deu carona para Jéssica e também que assediou a sobrinha durante o trajeto de casa para a escola no último dia 14. Na versão dele, Jéssica teria saltado do carro em movimento para escapar dos avanços sexuais, batendo com a cabeça no meio-fio e sendo atropelada pelas rodas traseiras.
Conforme o delegado, Silva, mecânico e pai de três filhos, tinha antecedentes de abuso sexual. Em 2006, ele foi preso em flagrante em um motel com duas menores, mas escapou à condenação.
Jéssica pegou carona com o tio para ir à escola sem que ninguém tivesse visto. O alerta do sumiço foi dado no mesmo dia. No dia seguinte, polícia, familiares e amigos iniciaram as buscas. Entre as pessoas mais ativas na procura, estava o próprio Silva.
A polícia passou a suspeitar do mecânico após a mulher dele, Edilene, tia da menina morta, contar que o marido agiu de forma estranha ao convidá-la para ir à praia no auge da comoção pelo desaparecimento.
A polícia confirmou as suspeitas depois de examinar várias fitas de câmeras de segurança da região. Numa delas, tio e sobrinha foram vistos no carro dele. Na quinta-feira, já com ordem de prisão emitida pela Justiça, Silva tentou fugir para São Paulo, mas foi preso na saída da cidade.
Segundo a polícia, ao ser preso Silva teria dito que "foi burrice" e informou aos policiais onde estava o corpo. Ele contou que comprou cinco sacos de lixo preto de 150 litros cada para esconder a menina.
Mais tarde, depois que o corpo foi recuperado, ele deu à polícia a versão de acidente, recusando-se a assinar uma confissão e o próprio depoimento. Mais de 300 pessoas compareceram ao enterro, no Cemitério São João Batista de Forquilhas, na sexta-feira (21).
Os pais e o irmão dela choravam muito. A mãe, dona Clair, disse aos presentes não entender como "meu cunhado (Silva) fez isto com uma menina que ele viu crescer". Os familiares e amigos usavam uma camiseta branca com uma foto de Jéssica e a frase que ela tinha tatuada no corpo: "A vida é constituída nos sonhos e concretizada no amor".
Fonte: Uol
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