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quarta-feira, novembro 05, 2014

Pelo menos trinta medicamentos de alto custo estão em falta na Unicat

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Com uma relação de 30 medicamentos de alto custo em falta há várias semanas, a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) voltou a ser alvo de
reclamações dos usuários que necessitam dos serviços oferecidos pelo órgão, ligado à Secretaria do Estado da Saúde Pública (Sesap). Entre eles, o Raloxifene Hydrochloride 60mg, que tem o nome comercial de Evista e o Hidroxicloroquina, ambos sem serem distribuídos há um ano. O mais recente em falta é o Azatioprina, essencial para pessoas que passaram por transplante de órgãos e , entre outras indicações.

Conforme relatos de servidores da Unicat, que não querem ser identificados por medo de represálias, atualmente, os 30 itens em falta não possuem data para voltarem a ser distribuídos porque a Sesap não tem dinheiro para pagar aos fornecedores as dívidas anteriores e comprar novos medicamentos para repor o estoque da unidade. Eles informaram ainda que a relação dos itens que são distribuídos aos hospitais, e que até o último dia 22 de outubro eram 272 substâncias, não pode ser acessada porque o sistema que imprime os relatórios está fora do ar desde a semana passada.

“Só conseguimos a lista dos medicamentos de alto custo, que são entregues diretamente à população, mas os que são distribuídos entre os hospitais do Estado, incluindo o Walfredo Gurgel, não podem ser acessados por essa falha, que pode ter sido também gerada pela falta de pagamento pela Sesap. Infelizmente, a Unicat está passando por uma crise muito grande e o percentual de desabastecimento já ultrapassa a marca preocupante de 56%. Queremos uma Unicat digna para seus servidores e para as pessoas que precisam de nós”, disse um deles.

Há menos de 15 dias, a unidade também enfrentava falta de mais de 30 itens constantes na lista de nutrição, que são fornecidos para os hospitais estaduais. Na ocasião, o coordenador do Sindicato dos Servidores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde), Manoel Egídio, informou que os itens são usados na alimentação de pessoas entubadas e com diagnóstico de alergias alimentares e, para que estes não ficassem sem eles, os profissionais eram obrigados a substituir os faltosos por outras opções similares ou até pelo que poderia ser encontrado em cada estabelecimento.

Atualmente, entre os faltosos estão o Evista, indicado para o tratamento de osteoporose; Alenia, para problemas respiratórios; Zoladex, para doenças hormonais e câncer de mama; Galantamina, nas três dosagens comercializadas e indicadas para Mal de Alzheimer; Topiramato, anticonvulsivo; Triptorrelina, substância usada para tratamento de câncer de próstata; Azatioprina, para transplantados e pacientes de hepatite crônica e artrite reumatóide, entre outros.

Paciente teve que comprar medicação

Em tratamento contra a Síndrome de Crohn, doença crônica que afeta o sistema digestivo, o geógrafo Ricardo de Carvalho está há um mês sem receber o Azatioprina 50mg. Ele disse que não pode parar de tomar a medicação porque os sintomas da doença, que incluem perda grave de peso e surgimento de úlceras nos intestinos, voltam rápido e o impedem de ter uma vida normal.

“O Azatioprina é vital para pessoas transplantadas, para evitar a rejeição e também para o controle de doenças auto-imunes, como a que eu tenho, por isso, não podemos passar um dia sequer sem tomá-lo, sob risco dos sintomas retornarem imediatamente. Eu deveria ter recebido a medicação há exatamente um mês, mas estava em falta e como não há uma previsão certa, tive que comprar as duas caixas que uso por mês, o que me custou quase R$ 300. Um gasto que não tenho como bancar todo mês”, afirmou.

Ricardo disse ainda que retornou à Unicat no último dia 22 de outubro e na ocasião, foi informado que aguardasse oito dias úteis para ir novamente ao órgão e receber o medicamento. No entanto, ele deve demorar a receber as caixas, já que os servidores da unidade confirmaram que o Azatioprina continua em falta, sem previsão de aquisição. “Infelizmente, só fazem falar que na previsão e nós que precisamos, somos obrigados a nos virar como dá”, desabafou.

Fonte: Portal JH

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