Sou Palmeiras desde os meus cinco anos. Meu pai me levou pela primeira vez a um campo de futebol em um sábado, em dezembro de 1966. Foi no Pacaembu... Nunca mais deixei de amar meu time. Era
louco pelo Palmeiras.
Vi e vivi Ademir da Guia, Djalma Santos, Dudu... e me lembro que ganhamos da Portuguesa por um gol! Meu pai gritava e me levantava nos braços... Era pura alegria! Foram 28 jogos e 20 vitórias, que nos deram o título do Campeonato Paulista de 1966.
Semana passada, fui com meu filho no Morumbi, para ver Palmeiras e São Paulo. No primeiro gol do São Paulo, vi a expressão de tristeza do meu filho Pietro, com 5 anos de idade! Nunca mais vou esquecer os seus olhos sérios dentro dos meus…
Abracei meu filho e, sem ele ver, meus olhos se encheram de lágrimas! Lembrei da cena do meu pai e comparei com a minha! VERGONHA! Saí no meio do jogo, arrasado, e fiz bem até, pois tomamos mais um!
A verdade é que temos o PIOR TIME DE TODOS OS TEMPOS! Se nos apresentarmos assim no próximo jogo, praticamente vamos para a segunda divisão novamente e, sinceramente, rezo a Deus para estar errado, mas isso pode, sim, acontecer.
Falta garra, falta comando, falta tudo nesse time... Temos o melhor estádio, a melhor torcida e o pior time! Mas sou palmeirense e não vou abandonar meu time... Nas minhas próximas orações, vou pedir para que meu pai, que mora no céu, ajude meu time a por aquela bolinha colorida dentro do gol do time adversário.
"Pai, você me levantou nos braços, como no filme do Rei Leão, perante uma multidão de apaixonados pelo time… Me faça fazer o mesmo com meu filho, seu neto querido... Me dê esse presente de Natal..."
Te amo, pai. Te amo, Palmeiras... e encerro esse texto com os olhos cheios de lágrimas verdes de esperança.
Otávio Mesquita é apresentador
Fonte: Uol
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