Julgamento de um dos acusados de caso que chocou o RN é adiado

Foi adiado o julgamento de Kleisson de Souza Freitas da Silva, o 'Negão', acusado do assassinato da adolescente Maria Luiza Fernandes Bezerra, de 15 anos, crime que chocou o Rio Grande do

Norte em 2009. A defesa alegou que um dos advogados do réu está viajando e não poderia comparecer ao júri popular. O outro acusado do caso, Thiago Felipe Rodrgues Pereira, o 'Thiago Cabeção', deve começar a ser julgado ainda nesta quarta-feira (19).

O pedido foi feito pelo advogado Arsênio Pimentel, que defende Kleisson. Ele solicitou no fim da tarde desta terça (18) o adiamento alegando que tinha uma viagem marcada previamente para o exterior, o que o impossibilitaria de comparecer ao tribunal. O mesmo procedimento foi feito pela defesa de Thiago, que informou que o depoimento De Kleisson era fundamental para a defesa.

A juíza Eliana Alves Marinho, da 1ª Vara Criminal de Natal, deferiu o pedido e adiou o julgamento de Kleisson, mas manteve o de Thiago e deliberou um período de recesso de 30 minutos.

Assim, não há uma data estabelecida para o novo julgamento de Kleisson.

Os acusados foram denunciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, roubo qualificado, estupro, vilipêndio (maltrato de cadáver) e ocultação do corpo. Caso sejam condenados às penas máximas, eles poderão ser sentenciados a mais de 60 anos de prisão.

Desaforamento negado

Nesta terça-feira (18), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte negou uma liminar, sem apreciação do mérito, que pedia o desaforamento do julgamento, ou seja, que o local do júri mudasse de Natal para Mossoró ou Pau dos Ferros, cidades da região Oeste do estado. O pedido foi feito pelo advogado Marcus Alânio Martins Vaz, que representa o réu Thiago Pereira, sob a alegação de que a família da vítima havia criado um clamor nas redes sociais ao convocar pessoas para comparecerem ao júri vestidos de preto, em sinal de luto, o que na opinião do advogado deve interferir na avaliação dos jurados.

O crime

O promotor Augusto Flávio Azevedo conta que o assassinato de Maria Luiza teve uma "combinação de desejo e estímulo de droga". "Há um desejo reprimido pela moça da parte de um dos acusados, o Thiago, e um flagrante do envolvimento de ambos os acusados com drogas. Os dois andavam juntos. Era um dia esquisito e chuvoso quando a menina foi pega a força e colocada em um carro. Ela sofreu diversos abusos, foi morta e o corpo foi desovado", acrescenta.

Maria Luiza saiu de casa no dia 21 de abril de 2009, feriado de Tiradentes, para se encontrar com o namorado em uma lan house. Ela não chegou ao destino. Seis dias depois, o corpo da adolescente foi encontrado nu e já em avançado estado de decomposição. A perícia constatou que a adolescente foi estuprada e estrangulada. O corpo de Maria Luiza estava em um lixão no bairro de Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal.

Thiago Felipe Rodrigues Pereira e Kleisson foram sentenciados a sentarem no banco dos réus em 19 de dezembro do ano passado. A sentença de pronúncia foi do juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal de Natal.

Fonte: G1