Considerado o líder do trio de "canibais de Garanhuns", como ficaram conhecidos os acusados de matar, esquartejar e comer três
mulheres em Pernambuco em 2008 e 2012, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 51 anos, ainda não definiu se falará em juízo sobre a morte de Jéssica Camila Pereira da Silva, a adolescente de 17 anos considerada a primeira vítima dos réus. Porém, a estratégia da sua defesa no júri popular que terá início nesta quinta-feira (13) deverá ser de conseguir uma medida de segurança, no lugar da condenação.
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Ao contrário da punição recebida pelos réus considerados culpados que têm consciência do crime que cometeram, levando-os à prisão, a medida de segurança é um tratamento destinado judicialmente aos portadores de doenças mentais que cometem delitos devido à enfermidade, que os conduz aos hospitais de custódia e tratamento psiquiátricos.
No caso de Jorge, o exame de sanidade mental mostrou que ele é imputável, o que quer dizer que pode ir a júri e ser condenado por não ser portador de doenças. "Vou trabalhar para conseguir pelo menos uma semi-imputabilidade. Não posso crer jamais que essa pessoa seja normal", afirma a defensora pública Tereza Joacy Gomes de Melo. "No laudo, a informação é que ele é imputável, mas diz que tem um distúrbio. O que ele precisa é de um tratamento", argumenta. Para isso, deverá ouvir o psiquiatra forense responsável pelo laudo, Lamartine de Hollanda.
Segundo a advogada, Jorge está angustiado por estar há dois anos e meio preso sem receber visitas de familiares, informação confirmada pela diretoria do Presídio Marcelo Francisco de Araújo, no Complexo Prisional do Curado, no Recife. Além disso, está ansioso para o julgamento.
Jorge é autor do diário que intitulou "Relatos de um esquizofrênico", em que se diz portador da doençaReprodução: Alexandre Gondim/JC Imagem
Segundo Tereza Joacy, Jorge ainda não definiu se irá falar a sua versão dos fatos no júri, seja confessando ou alegando inocência. "Acredito que seria melhor que ele falasse. É a hora de se defender", afirma.
Assim como Isabel Cristina Torreão Pires, 53, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 28, com quem mantinha relacionamentos amorosos, Jorge confessou os assassinatos à polícia durante as investigações, há dois anos. Porém, nas audiências de instruções, usou o direito de se manter em silêncio.
Pela morte de Jéssica, o trio é acusado de homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, uso de meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e assegurar a impunidade de outros crimes), além de vilipêndio (agressão ao cadáver) e ocultação do corpo. Bruna ainda é acusada de falsidade ideológica, por ter assumido a identidade de Jéssica após a sua morte.
Fonte: NE10
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