Uma das áreas mais carentes e com maior necessidade de atenção e investimentos no Rio Grande do Norte, a Segurança Pública é também uma das mais reclamadas
pela população e seus servidores públicos no Estado. Para eles, é urgente uma mudança enérgica e rápida no gerenciamento dela pela futura gestão estadual, que já chegará com o desafio de aumentar o efetivo policial em atuação nas ruas e delegacias e motivá-los ao trabalho.
“A nossa expectativa é que o governador eleito promova uma alteração enérgica e urgente da situação em que se encontra a Segurança Pública, porque, se continuar como está, a tendência é a área entrar no mais completo caos, o que já está bem perto de acontecer, infelizmente. É preciso um gerenciamento eficaz para identificar o que precisa fazer e como se deve fazer isso. E uma das coisas que necessitamos é que haja a motivação da tropa, seja militar ou civil, porque os servidores estão completamente desmotivados”, disse o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros do RN (ASSPMBMRN), Eliabe Marques.
Para o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (ASC-PM/RN), Roberto Campos, a valorização do servidor como pessoa e profissional é a palavra-chave para o futuro governador Robinson Faria (PSD) conquistar a confiança da tropa, composta por pouco mais de oito mil homens e mulheres. Ele disse que um dos pontos críticos é o pagamento das diárias operacionais, que não são repassadas no tempo hábil, após o cumprimento da carga horária extraordinária.
“Como esse governo estadual é alinhado ao federal, a nossa expectativa é que este contribua para melhorar a situação do Rio Grande do Norte, que é crítica e necessita urgentemente de uma intervenção responsável e firme. Hoje, nem mesmo os policiais, que são pagos para garantir a segurança da população, estão seguros. Há municípios no Estado que contam com apenas um homem para proteger tudo, ou seja, ele não consegue fazer nada e ainda arrisca a própria vida, como o caso de um policial militar que quase foi morto após bandidos atirarem contra o posto onde ele atuava solitário”, afirmou.
Um terço da Polícia Civil deve se aposentar em 2015
Já na Polícia Civil, que conta com cerca de 1,5 mil servidores (entre agentes, escrivães e delegados), o desafio de Robinson é aumentar o efetivo para promover a interiorização total da instituição e melhorar a qualidade das condições de infraestrutura e trabalho, que são precárias. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol/RN), Paulo César de Macedo, é urgente a necessidade de um concurso público para o preenchimento de mais de três mil vagas existentes na PC e que em 2015, 30% do efetivo atual deve se aposentar.
“Os 200 policiais chamados recentemente vão apenas substituir os que saíram por aposentadoria ou outros motivos. A Civil tem 4,8 mil vagas, criadas pelo próprio estatuto da instituição, mas pouco mais de 1,5 mil estão preenchidas, o que é completamente insuficiente para atender à demanda. Temos inúmeros municípios sem representação alguma e diversas equipes que respondem por uma ou várias cidades. E as delegacias precisam urgentemente serem reestruturadas, seja na parte física dos prédios, seja na parte operacional”, afirmou.
Robinson promete priorizar a Segurança
Durante a campanha eleitoral, o governador eleito Robinson Faria se comprometeu a tratar a Segurança Pública como área prioritária desde os primeiros dias de seu mandato. Entre os pontos citados por ele como urgentes estão a integração das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), para um serviço eficaz, rápido e de qualidade e a implantação da “polícia comunitária”, como forma de aproximar as instituições dos cidadãos.
Ele também afirmou que utilizará a força de forma legal e proporcional, por meio do irrestrito respeito aos direitos humanos, a qualificação em consonância com a utilização de tecnologia avançada e a interação com a comunidade. E falou sobre uma das reivindicações da Polícia Militar, que é o fim do desvio de função. A medida é necessária para fazer os agentes retornarem às suas instituições de origem e assegurar o desempenho das atribuições para as quais foram concursados nas suas próprias instituições.
“Hoje, temos mais de 400 militares em desvio de função, que devem estar nas ruas protegendo o cidadão, mas estão em atividades que não possuem qualquer relação com o seu ofício, como, por exemplo, servindo cafezinho em escritório. É preciso identificar os locais onde eles estão e trazê-los de volta para as ruas, para o que eles são pagos para fazer. E, também moralizar as diárias operacionais, que não são pagas desde a Copa do Mundo e o São João e que tanto desmotivam os policiais. Estruturar e dar condições de trabalho, com viaturas, armamento, munição e outros detalhes. Isso é imprescindível para que Robinson conquiste a confiança dos servidores e da população potiguar”, afirmou Eliabe Marques.
Fonte: Portal JH
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