Vídeo mostra suposta decapitação de refém britânico do Estado Islâmico

O grupo Estado Islâmico (EI) divulgou nesta sexta-feira (3) um vídeo na internet mostrando o que seria a decapitação do refém

britânico Alan Henning.

A autenticidade do vídeo ainda não foi verificada. A Grã-Bretanha disse que está trabalhando com urgência para verificar o conteúdo do vídeo.

Henning, de 47 anos, era taxista e trabalhava como motorista voluntário de um comboio humanitário que levava suprimentos médicos a um hospital no noroeste da Síria e foi sequestrado no dia 26 de dezembro, logo após cruzar a fronteira da Turquia.

No vídeo, intitulado "Outra menssagem para a América e seus aliados", Henning se apresenta e diz "por causa da decisão do nosso Parlamento de atacar o Estado Islâmico, eu, como britânico, não vou pagar o preço por esta decisão", de acordo com o o centro americano de vigilância de sites islâmicos SITE.

No dia 26, o Parlamento britânico aprovou a realização de bombardeios contra os militantes do EI no Iraque, e no dia 30 caças britânicos lançaram os primeiros ataques neste país.

Ao final, o vídeo mostra um combatente do EI ameaçando um homem que ele identifica como americano.

“Obama, você começou seu bombardeio aéreo na Síria, que continua atacando nosso povo, então é certo que em seguida nós ataquemos o seu povo”, diz o militante mascarado.

Vídeo divulgado na internet mostra o que seria a
decapitação de Alan Henning
(Foto: AFP/Site Intelligence Group)

Na semana passada, a esposa de Henning disse que recebeu uma mensagem de áudio do marido.

“Acabei de receber um arquivo de áudio de Alan implorando por sua vida”, declarou Barbara Henning em um comunicado divulgado através do Escritório das Relações Exteriores da Grã-Bretanha.

Repercussão

O primeiro-ministro britânico David Cameron disse que o suposto assassinato de Henning "mostra como esses terrorisas são bárbaros e repulsivos". Cameron ainda disse que fará "o que for possível para caçar esses assassinos e levá-los à justiça".

A conselheira de Barack Obama em segurança interior e luta antiterrorista, Lisa Monaco, disse que os Estados Unidos viram o vídeo e o estão avaliando.

"Isso é mais uma vez um exemplo muito claro da brutalidade desse grupo, e porque o presidente articulou e está se movendo de forma abrangente para destruir o Isil", disse, usando o antigo nome do grupo - Estado Islâmico do Iraque e Levante - para se referir a ele.

Obama, também condenou o "brutal" assassinato , garantindo que os Estados Unidos levarão os culpados à Justiça.

"Mantendo-nos unidos com uma ampla coalizão de parceiros e aliados, continuaremos a adotar ações decisivas para degradar e, finalmente, destruir o Isil", declarou Obama, na nota divulgada pela Casa Branca nesta sexta.

O presidente francês, François Hollande, se disse indignado com o "crime odioso" praticado contra Henning.

"Esse crime, como os anteriores, não vai ficar impune", afirmou Hollande em um comunicado apresentado pelo Palácio do Eliseu na madrugada de sexta para sábado.

Decapitações de reféns

Este é o quarto video do tipo divulgado pelo EI. Em menos de um mês, entre agosto e setembro deste ano, o grupo divulgou três vídeos em que seus combatentes decapitam reféns ocidentais que estavam presos na Síria - dois jornalistas norte-americanos (James Foley e Steven Sotloff) e um agente humanitário britânico (David Haines) - e ameaçam executar mais reféns, em retalização aos ataques aéreos promovidos pelos Estados Unidos contra posições do grupo no Iraque.

Os vídeos não exibem as decapitações até o final, mas militantes que falam em inglês seguram uma longa faca e parecem cortar os homens.

Além disso, um grupo jihadista na Argélia que declarou lealdade ao EI executou o turitsa francês que mantinha como refém, Hervé Gourdel. O "Soldados do Califado" havia ameaçado matar Gourdel, um guia de montanha de 55 anos, caso a França continuasse com seus ataques aéreos no Iraque.

No vídeo em que divulgam a decapitação David Haines, no dia 13 de setembro, os militantes do grupo haviam ameaçado matar Alan Henning se o primeiro-ministro britânico, David Cameron, continuasse a apoiar a luta contra o grupo.

O EI conseguiu recrutar milhares de combatentes e tomou importantes cidades do Iraque e da Síria com o objetivo de formar um estado islâmico na região.

Fonte: G1