Após entrar em acordo sobre a suspensão do corte do ponto e do ressarcimento dos dias descontados nos salários dos servidores da Central de Agentes Terapêuticos
(Unicat) que aderiram à greve, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e o Sindicato dos Servidores da Saúde no Rio Grande do Norte (Sindsaúde) discutiram uma solução para o impasse sobre a jornada de trabalho. A paralisação da categoria já completou 45 dias e pode ser encerrada ainda na tarde desta quarta-feira (22), quando a categoria se reunirá em assembleia geral para decidir se aceita ou não a proposta apresentada pela Sesap durante audiência com o Ministério Público Estadual (MPE).
Segundo o coordenador do Sindsaúde, Manoel Egídio, o fim da greve depende do entendimento sobre os horários de trabalho dos servidores, que foram prejudicados com a alteração da jornada e o fim dos plantões eventuais pela Sesap. Ele explicou que durante a audiência intermediada de hoje, a Sesap apresentou proposta dos servidores trabalharem 50% da carga horária total, de 144h mensais, em 8h de dois turnos e os 50% restante, em expedientes de 6h corridas, pela manhã ou à tarde, em regime de experiência de 90 dias, quando será avaliado o funcionamento da unidade.
“Vamos reunir os servidores da Unicat em assembleia geral para apresentar a sugestão proposta pela Sesap, para que eles deliberem se aceitarão ou não cumprir esse horário em um período de 90 dias, como uma experiência, para depois avaliarmos se isso será mantido mesmo. Se eles acatarem, a greve será encerrada ainda hoje. Queremos chegar a um entendimento logo, porque sabemos a importância do órgão para a sociedade e acredito que avançamos bastante nas últimas vezes em que nos reunimos”, falou.
Egídio disse que alguns servidores da Unicat aceitaram trabalhar a jornada de 8h, divididos em dois turnos, e não mais em plantões de 12h, prejudicando os que têm outro vínculo ou estão matriculados em universidades. Para chegar a um entendimento com a Sesap, o Sindsaúde apresentou uma proposta de escala mista, em que os trabalhadores atuarão em dois turnos corridos em apenas alguns dias do mês, para completar a escala do mês.
Para o titular da Sesap, Luiz Roberto Fonseca, as três reuniões conduzidas pela secretaria com o Sindsaúde foram proveitosas pelos avanços conquistados, como a concessão de mais de 400h de plantões eventuais, que foram feitos em cima das necessidades apontadas pelos setores, para preenchimento de vagas, a restituição do ponto dos servidores e a restituição dos valores descontados. E que a proposta de horário de trabalho apresentada hoje é uma forma de encerrar o movimento de forma saudável.
Ele reconheceu as dificuldades vividas pela Unicat com relação ao abastecimento dos medicamentos, que depende diretamente do pagamento dos fornecedores pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan). E disse que os valores liberados mensalmente giram em torno de R$ 18 milhões, o que é suficiente apenas para a manutenção da situação, sem melhorias. “O abastecimento dos medicamentos em falta depende exclusivamente de liberação de verbas pela Seplan, mas o Estado não pode por causa das quedas de receitas estaduais”, afirmou.
Unicat continua com quase 300 medicamentos em falta
Manoel Egídio informou a Unicat continua com cerca de 290 medicamentos em falta, incluindo 21 de alto custo, distribuídos entre a população e os hospitais e unidades de saúde do Estado, continuam em falta atualmente e que além destes, mais 30 itens de alimentação deixaram de ser fornecidos pela unidade. Entre os faltosos, estão o alenia, indicado para asma e problemas respiratórios e o captopril, para hipertensão arterial.
“Com a falta desses itens de nutrição, como os indicados para quem sofre de alergias alimentares e os pacientes que se encontram entubados nos hospitais, os profissionais de saúde precisam se virar como podem nas unidades médicas, substituindo os faltosos por outras opções ou se adequando à triste realidade, que é de conhecimento da Sesap”, explicou.
Fonte: Portal JH
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