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quarta-feira, outubro 15, 2014

Seminarista está entre os presos em operação da PF contra a pedofilia

Coletiva da PF sobre operação contra pedofilia em Porto Alegre (Foto: Paula Menezes/G1)Um seminarista está entre os 51 presos na Operação DarkNet, realizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (15) em 18 estados e no Distrito Federal para combater a
pedofilia e a produção e divulgação de conteúdo de pornografia infantil. A informação é do delegado Sandro Caron, superintendente da PF no Rio Grande do Sul, que coordenou a ação deflagrada simultaneamente por 44 unidades da PF, que envolveu 500 agentes.
"Tivemos presos efetivamernte no dia de hoje um seminarista, um agente penitenciário. Servidores públicos e militares estão sendo investigados", disse Caron em entrevista coletiva realizada em Porto Alegre.
Delegados da PF gaúcha resonsáveis pela operação concedem coletiva em Porto Alegre (Foto: Paula Menezes/G1)Delegados da PF gaúcha resonsáveis pela
operação concedem (Foto: Paula Menezes/G1)
De acordo com a delegada Diana Kalazans Mann, não há um perfil específico de pessoa que comete crime de pedofilia.
"Qualquer pessoa, homem ou mulher inclusive, pode ser um praticante desse crime encontramos os mais variados perfis, diferentes classes e profissões", declarou a delegada. "Não há produção de pornografia infantil sem abuso. Essas imagens, por mais que se pareça algo banal, é subproduto de um abuso, Nessas redes mais sofisticadas, quanto mais fundo a gente vai, mais encontramos pessoas que abusam de crianças do seu círculo familiar, abusam e compartilham essas imagens com seus contatos", declarou.
Ao todo, foram cumpridos 93 mandados de busca, de prisão e de condução coercitiva no país. O objetivo com as buscas é confirmar a identidade dos suspeitos e buscar elementos que comprovem os crimes de armazenamento e divulgação de imagens, além de abuso sexual de crianças e adolescentes. Outros 12 mandados seriam cumpridos em Portugal, Colômbia, México, Venezuela e Itália.
Além do Rio Grande do Sul, a Operação DarkNet ocorre nos estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
A investigação ocorreu através do rastreamento de pornografia infantil na chamada deep web, espaço da internet que não é acessado pelo usuário convencional e cujo conteúdo não aparece em sites de busca. Para chegar até ela, é necessário ter um programa que torna a navegação anônima, o que impede a identificação de quem manda e recebe dados da internet.
"Pela primeira vez, conseguimos investigar a internet profunda, e isso revela um amadurecimento do nosso trabalho, com um resultado muito positivo. É uma conquista para a sociedade a possibilidade de investigar essas pessoas que adquirem conhecimento para se ocultar da polícia", explicou Diana.
Através de metodologia de investigação inédita e ferramentas desenvolvidas, os policias federais conseguiram quebrar esse paradigma e identificar mais de 90 usuários que compartilham pornografia infantil. Segundo a PF, apenas as polícias norte-americana e inglesa, FBI e Scotland Yard, haviam realizado este tipo de trabalho.
Segundo a PF, no decorrer da investigação, pelo menos seis crianças foram resgatadas de situações de abuso ou do iminente estupro, em diversos locais do Brasil. Em um dos casos, um pai relatava que iria abusar da filha assim que ela nascesse. Nesses episódios, policiais federais agiram e evitaram que as crianças permanecessem ou se tornasse vítima, prendendo quatro investigados.
A Operação DarkNet é resultado de um ano de investigações. Mais de 14 endereços IP (sigla para "Internet Protocol", espécie de endereço virtual) foram analisados. Entre os investigados, há policiais, empresários e até mesmo padres.

Fonte: G1

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