Restabelecer os vínculos familiares e oferecer atividades esportivas e culturais é uma das funções do projeto do Conselho Nacional do
Sesc, Vira Vida. Mas o empreendedorismo também é um forte aspecto nessa iniciativa. O projeto se propõe a dar novas possibilidades para jovens de 14 a 23 anos em situação de vulnerabilidade social.
Quem acabou de concluir seu período de um ano no Vira Vida é Rafael Victor do Nascimento de 18 anos morador do Passo da Pátria. Ele participou do curso de Panificação, Pastelaria e Confeitaria, mas parece que as noções de empreendedorismo aprendidas serão direcionadas para outro negócio. “Um lava-jato, já conheço, eu faço em casa de vez em quando e também é uma coisa que gosto de fazer”, disse.
Segundo Rafael, ele foi orientado para a administração do dinheiro, a atender clientes e escolher empreender numa área que tenha afinidade e prazer em seguir. Por enquanto, ele permanece no grupo musical do Vira Vida, que se apresentou hoje pela manhã no Encontro Regional Nordeste II do Vira Vida.
O evento realizado no Praia Mar Hotel reuniu representantes do projeto nos Estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A intenção do encontro é aprimorar e padronizar as ações da iniciativa.
Desde 2008, o Estado tem o projeto ligado ao Serviço Social da Indústria (Sesi/RN). Nesse período, 329 jovens foram atendidos conforme informou o coordenador técnico-operacional, Gilson Costa. Amanhã, mais 100 jovens começaram uma nova turma no Centro de Tecnologias em Informática (CTI) do Senai.
Costa explica que, dentro da rede de proteção para jovens em situação de vulnerabilidade social, o Sebrae também desempenha um papel importante para despertar o espírito empreendedor desses jovens. Para o coordenador, um dos mais relevantes exemplos é de uma ex-aluna que abriu um salão de beleza em 2009 na Vila de Ponta Negra.
Até hoje ela é acompanhada pelo Sebrae e se tornou um dos resultados mais bem sucedidos do Vira Vida. “A nível local já vimos jovens que empreenderam. Tornaram-se microempreendedores, hoje contribuem para a economia local e isso repercute dentro da própria comunidade onde eles vivem. Eles acabam se tornando uma referência para os outros”, comentou Costa.
Não é raro que os jovens que são o alvo do Vira Vida cheguem ao projeto com várias deficiências educacionais. “No ano passado, tínhamos 43 alunos que estavam longe do ensino regular. Desses, 32 saíram do ensino fundamental para o médio”, contou. Atualmente o projeto só atende aos jovens natalenses.”Estamos estudando ainda levar para outra cidade onde também exista essa exploração do jovem muito forte”, disse sem especificar qual município poderia ser.
A profissionalização fica por conta da parceria com o Senac, Senai e, mais recentemente, com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) do governo Federal. A nova turma vai ter acesso aos cursos de operador de microcomputadores, auxiliar administrativo e recepcionista. Na inserção socioprodutiva realizada pela iniciativa do Sesi, também há um trabalho psicossocial de valorização dos laços familiares.
Fonte: Portal JH
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