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sábado, outubro 11, 2014

Polícia conclui inquérito e divulga vídeo da morte de jovem gay em GO

João Antônio Donati foi encontrado morto com a boca cheia de papéis e sacos plásticos, em Inhumas, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)A Polícia Civil concluiu nesta sexta feira (10) o inquérito que investigava a morte do jovem João Antônio Donati, de 18 anos. A
vítima, que era homossexual assumido, foi morta no há exatamente um mês, após, segundo as investigações, manter relação sexual com um lavrador de 20 anos em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia. O suspeito está preso na cadeia na cidade. A policia também divulgou um vídeo de uma câmera de segurança que registrou os dois homens indo até o terreno baldio onde aconteceu o crime (veja vídeo).

Nas imagens, é possível perceber o momento em que a vitima e o suspeito caminham pela rua até o terreno, que fica atrás de um ginásio de esportes. Segundo os peritos, embora a qualidade dos vídeos não seja seja das melhores, é possível perceber movimentos que indicam o ato sexual. Durante cerca de 1h15, os dois permanecessem no terreno.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Humberto Teófilo, durante o tempo em que ficaram no terreno, eles também discutiram antes que o homicídio fosse cometido. "Nas imagens, é possível ver que depois desse tempo ele [suspeito], deixa o lote sozinho. Ele ainda volta outras três vezes para procurar os documentos e a sandália que ele havia deixado no local", disse. Para o delegado, as imagens foram fundamentais para descartar a participação de outras pessoas no crime.
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML), concluído no último dia 11, aponta que João lutou com o agressor antes de morrer e que ele possuía diversos hematomas pelo corpo. O documento concluiu também que a vítima morreu asfixiada por papéis e sacos plásticos e que não havia nenhuma fratura no corpo.
Ainda durante as investigações, a polícia descartou a hipótese de que o crime tenha sido praticado por homofobia. “Nós entendemos que a homofobia é cometida quando o criminoso tem o sentimento de ódio pelo pessoas homossexuais, o que não ficou caracterizado nesse caso”, disse Teófilo.
Indiciado
O indiciado pelo crime, um lavrador de 20 anos, foi preso dois dias depois do homicídio em uma plantação de tomate onde trabalhava. Ele morava em Itaberaí, mas estava hospedado em um hotel de Inhumas por causa do emprego. A polícia chegou até o rapaz depois de encontrar a identidade dele próxima de onde o corpo foi achado. No momento em que foi detido, ele confessou ter matado o jovem após a relação sexual, segundo a polícia. Porém, o homem afirmou não ser homossexual e disse que não conhecia a vitima.
Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado em razão de motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima. A pena para esse crime pode chegar a 30 anos.

João Antônio Donati foi encontrado com a boca cheia de papel em um lote baldio de Inhumas, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)João Antônio Donati foi encontrado com a boca
cheia de papel (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
“O indiciado disse que conheceu a vitima na madrugada do dia 9 para o dia 10. Horas antes, ele e alguns amigos estavam em uma casa de prostituição da cidade e consumiram álcool e drogas. Na volta para o hotel, se depararam com a vitima a pé. Foi ali que a vitima conversou com o indiciado e eles combinaram de manter uma relação sexual", esclareceu o delegado.
Carona
A vítima, cujo nome de batismo é João Antônio Pereira Barbosa, trabalhava há cerca de duas semanas como garçom em um bar na cidade. Apesar de cumprir expediente de sexta-feira a domingo, o jovem foi ao local na noite da véspera do crime, no dia 9 de setembro.
Após permanecer um tempo no local, os donos do estabelecimento pediram a um cliente que deixasse João em casa. “Quando foi por volta da 1 hora, fechamos o bar e meu marido pediu que um cliente desse carona a ele. Essa foi a última vez que o vimos com vida”, lamentou a comerciante Graça de Maria.
O cliente do bar prestou depoimento à Polícia Civil. "Ele disse que levou o João até a esquina da rua onde ele morava e que ele estava muito apressado, como se fosse encontrar alguém. No entanto, não o viu com ninguém", relatou Graça. A Polícia Civil descartou qualquer participação do cliente no crime.
O dono do bar, Jesus Hermínio, diz que a vitima era uma pessoa "excepcional" e que não mereceria sofrer com tamanha violência. "Ele era um bom menino, de extrema confiança. Muito educado e trabalhador", destacou.

Fonte: G1

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