O Dia do Professor é comemorado hoje. Profissão responsável pela formação de todas as outras, mas que tem enfrentado problemas nos últimos 30 anos, chegando a figurar
na lista de profissões ameaçadas de "extinção". A equipe do jornal O Mossoroense conversou com professores que, mesmo diante das dificuldades, afirmam que não lhes faltam motivos para seguir caminho na entrega ao ensino.
"Sou professor desde o ano de 1992 e me considero realizado. As condições de trabalho e remuneração poderiam ser melhores, mas se o profissional se esforçar e fizer uma pós-graduação, que hoje está mais acessível, o salário melhora. Entretanto, vale salientar que ser professor é, sem dúvidas, uma questão de vocação", conta o professor de História e Geografia, Walter Souza.
A remuneração da categoria tem sido motivo de desistência da carreira. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de todas as carreiras acadêmicas o magistério é a que tem a menor remuneração, com piso salarial nacional estabelecido em R$ 1.697,39, para docentes da educação básica com jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Outro fator preocupante em relação ao futuro da profissão tem sido a perda do interesse dos jovens pela carreira. Segundo dados de pesquisa da Fundação Carlos Chagas (FCC), realizado em 2010, somente 2% dos estudantes do ensino médio têm como primeira opção no vestibular cursos de graduação ligados à atuação em sala de aula como Pedagogia ou alguma licenciatura. Apesar de reconhecerem a importância do professor, os entrevistados na pesquisa afirmaram que a profissão é mal remunerada e com rotina desgastante.
"Preocupa-me muito essa falta de interesse dessa nova geração pela docência. Sou apaixonada pelo ensino e não me arrependo da minha escolha, mas é preciso repensar o tratamento dispensado ao professor do nosso país, desde as questões como salário e estrutura das escolas até o compromisso de pais e alunos com o aprendizado", declara a professora de literatura, do ensino médio, Laura Macedo.
Integração de tecnologia às aulas é desafio do novo professor
Desafios enfrentados diariamente pelos professores nas salas de aula, o uso de aparelhos eletrônicos, como celulares, tablets e MP3, é apontado como motivo para dispersão dos estudantes. Contudo, professores reconhecem que estes equipamentos fazem parte do cotidiano dos estudantes e que podem, inclusive, ser usados para estimular o interesse deles por determinados conteúdos.
"No começo me incomodava muito ver os alunos usando o celular na aula, mas, com o tempo vi que isso faz parte de um processo sem volta e que é possível usar a tecnologia a favor da educação. Resolvi levar para a sala materiais que pudessem ser acessados pelos alunos nos aparelhos eletrônicos deles, como jogos de História, e percebi que o interesse e participação deles aumentaram muito", conta Walter Souza.
Segundo o professor, o desenvolvimento dos conteúdos nas aulas desperta o interesse dos alunos e é um dos desafios mais estimulantes na docência. Ele cita recursos como a lousa digital, jogos e sites que permitam interatividade, além da exibição de filmes, documentários e elaboração de gincanas como formas de estimular o interesse dos alunos não só pelos conteúdos, como também pela profissão de professor.
Fonte: O Mossoroense
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