Apesar de afirmar serem remotas as possibilidades do vírus ebola chegar até o Rio Grande do Norte, a Secretaria de Estado da Saúde
Pública (Sesap) anunciou nesta segunda-feira (14) um conjunto de medidas preventivas contra a doença e a capacitação dos profissionais que atuam no Hospital Giselda Trigueiro, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas no Estado. Para o infectologista Kleber Luz, é praticamente impossível que o vírus se espalhe no país e atinja o território potiguar, que seguem os protocolos determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“É mais fácil ele chegar aos grandes centros urbanos, principalmente no Sul do país, como aquele caso suspeito que foi detectado no Paraná e que felizmente foi descartado, do que aqui, onde o fluxo de turistas vindos da África é bem menor. Temos o porto de Areia Branca que poderia ser uma porta, mas com certeza, as barreiras sanitárias já estão atentas para qualquer suspeita. Até agora, é algo distante e não vale a pena criar expectativas negativas”, afirmou.
O infectologista, que atua no Giselda Trigueiro, explicou que os sintomas clássicos do ebola são febre, dores de cabeça e muscular, náuseas, vômitos e diarreia, que podem vir a evoluir para um quadro hemorrágico. Este é caracterizado pela não coagulação do sangue e queda de pressão arterial do paciente, que entra em choque e pode morrer em pouco tempo. Quando isso acontece, os pulmões também não funcionam corretamente e há quadros de asfixia. O vírus é transmitido pelo contato direto com sangue e fluidos corporais dos infectados, inclusive os mortos.
De acordo com dados da OMS, até a última sexta-feira (10), o ebola já tinha matado mais de quatro mil pessoas no mundo e este já é considerado o maior surto da doença nos últimos 40 anos, quando ela foi descoberta. A doença vem sendo isolada em cinco países da África: Libéria, Serra Leoa, Nigéria, Senegal e Guiné, onde o surto foi declarado em março passado. Ela também já chegou aos Estados Unidos e Espanha, onde profissionais de saúde que entraram em contato com doentes no continente africano foram contaminados.
“Até agora, as possibilidades de chegar aqui são remotas, mas ainda assim é preciso tomar todos os cuidados possíveis, trabalhar com uma possível chegada de casos suspeito, para uma eventualidade. O fato de uma pessoa vir de um dos países onde há casos não quer dizer que ela está trazendo a doença e, se ela apresentar algum sintoma, devemos seguir os protocolos da OMS, para detecção ou descarte da suspeita”, afirmou.
Profissionais de saúde do RN se preparam
Amanhã (15), os profissionais de saúde que atuam no Hospital Giselda Trigueiro participarão do curso básico de Protocolo de Vigilância e Manejo de pacientes com suspeita de estarem contaminadas pelo ebola, que integra as ações do plano de contingência divulgado ontem pela Sesap. Eles serão orientados desde o acolhimento dos pacientes e seus familiares, ao uso correto dos equipamentos de proteção individual, manipulação de excrementos, riscos da exposição, logística para isolamento do paciente, entre outros.
Os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Rio Grande do Norte (Samu 192 RN), também vêm intensificando treinamentos em atendimento e remoção de pacientes com suspeita de contaminação pelo vírus ebola. As primeiras aulas aconteceram no mês de setembro. E pode ser feito até uma simulação de atendimento a um caso suspeito no município de Areia Branca, conforme orientação do Ministério da Saúde.
Conforme o secretário Luiz Roberto Fonseca Leite, apesar de ser improvável a entrada do vírus no Estado, isso ainda é possível devido ao intercâmbio comercial com países da África, Ásia e Europa, através dos portos de Natal e Areia Branca e também do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante. Por causa disso, as equipes que atuam na porta de entrada dos principais pronto socorros do estado, das Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e do Samu estão sendo continuadamente treinadas.
“Os protocolos de acionamento de atendimento estão distribuídos, já deflagrados, já estabelecidos, as vigilâncias epidemiológicas, sanitárias e ambiental já estão qualificadas. Queremos ainda alertar à população, para qualquer informação que saia das redes sociais, se não tiver a palavra da Secretaria Estadual de Saúde, não deve ser disseminada para não gerar pânico. Garantimos total transparência em nossas comunicações com a sociedade”, afirmou.
Fonte: Portal JH
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