Num dos depoimentos da série da delação premiada, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que pagou
propina ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra para esvaziar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras em 2009. A CPI foi criada a partir de um requerimento do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para investigar desvios na construção da refinaria de Abreu e Lima, entre outras irregularidades, terminou sem qualquer resultado concreto.
Guerra era um dos principais líderes da oposição na CPI. O ex-senador morreu em 6 de março deste ano. Ele foi substituído no cargo pelo senador Aécio Neves, atual candidato do PSDB à presidência da República. No início, a CPI provocou desgaste ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas depois começou a ser vista como um problema por integrantes de vários partidos. As investigações naquele momento estariam afugentando importantes doadores de campanha.
As informações sobre o ex-presidente do PSDB e dos demais políticos mencionados por Costa foram encaminhadas ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Caberá ao ministro, decidir se manda a Polícia Federal abrir inquérito sobre cada um dos políticos mencionados pelo ex-diretor da Petrobras.
Apesar da oposição ser minoritária na CPI, as empreiteiras temiam prejuízos que poderiam sofrer com a repercussão na mídia. A CPI criada em 2009 para investigar a Petrobras não foi adiante. Foi instalada em julho e acabou em novembro. Sérgio Guerra e o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) abandonaram a comissão no fim de outubro alegando que o governo, por ser majoritário, impedia qualquer investigação. A CPI do Senado tinha 11 membros, três deles integrantes da oposição: Guerra, Dias e Antônio Carlos Magalhães Filho (DEM-BA). A CPI acabou desacreditada e acabou em novembro de 2009, sem que nada de concreto tenha sido apurado. Outra CPI, entretanto, com participação da Câmara e do Senado foi criada.
Fonte: O Globo
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