A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, interditada na manhã desta quinta-feira (16) por suspeita de ebola, só deverá ser reaberta às
19h. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) descartou a possibilidade de que o paciente esteja com a doença. O paciente, usuários e profissionais de saúde ficaram isolados conforme os protocolos internacionais de prevenção da doença. Ruas de acesso à unidade que também foram bloqueadas pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal foram liberadas por volta das 13h30.
De acordo com o superintendente regional de saúde do Paraná, Sezifredo Paz, as suspeitas surgiram depois de o paciente, um brasileiro de 22 anos, ter procurado ajuda de profissionais de saúde com sintomas como febre, náuseas e icterícia. O secretário municipal de Saúde, Charles Bortolo, comentou que informações colhidas por atendentes da UPA no momento do registro do prontuário davam conta de que ele havia estado em Serra Leoa – país da África que concentra um dos maiores números de casos de ebola. Paz, informou, no entanto, que ele viajou para a China, Dubai - nos Emirados Árabes-, Líbano e Itália – países sem registro de epidemia da doença.
"Equipes foram mobilizadas para uma possível transferência do paciente, o que acabou não sendo necessário", observou Bortolo. "Segundo os médicos que o examinaram, o diagnóstico mais provável é de pedra na vesícula. Por enquanto ele vai permanecer internado", completou ao comentar que os médicos estarão reunidos à tarde para rever as medidas tomadas e avaliar a situação. Os protocolos também serão analisados pelos profissionais de saúde em uma reunião às 15h na Vigilância Epidemiológica do município.
No dia 9, outra suspeita de ebola - a primeira no Brasil - também interditou a Unidade de Pronto Atendimento II (UPA II) de Cascavel, a 150 km de Foz do Iguaçu. Souleymane Bah, de 47 anos, havia saído da Guiné - outro país com epidemia da doença - no dia 18 de setembro e chegou ao Brasil no dia 19, após fazer uma escala em Marrocos. Depois de pedir refúgio na delegacia da Polícia Federal (PF) em Dionísio Cerqueira (SC), seguiu para Cascavel, onde apresentou febre e procurou o pronto atendimento.
No dia seguinte, foi levado ao Rio de Janeiro em um avião da FAB e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fiocruz, referência em doenças infecciosas. Os dois exames de sangue feitos deram negativo para ebola e ele deixou o instituto na manhã de quarta-feira (15). O local para onde Bah foi encaminhado será mantido em sigilo. O objetivo é preservar sua privacidade – a pedido do próprio paciente, que demonstrou preocupação com declarações preconceituosas expostas nas redes sociais.
Treinamento
Na segunda (13) e terça-feira (14), funcionários do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, passaram por um treinamento para que estejam aptos a atender possíveis casos de pacientes com ebola. As informações repassadas aos profissionais de saúde fazem parte de uma cartilha sobre como proceder nestas situações. A capacitação incluiu orientações sobre como agir e quais os equipamentos e roupas de segurança devem ser usados para evitar o contágio. O hospital é referência para este tipo de atendimento na região.
Segue a nota divulgada pelo governo paranaense:
Autoridades sanitárias de Foz do Iguaçu e da Secretaria Estadual da Saúde descartaram a suspeita de ebola em paciente atendido na Unidade de Pronto Atendimento João Samek, no município de Foz.
O paciente, um homem de 22 anos, é brasileiro, filho de libaneses, morador de Foz do Iguaçu, esteve em viagem internacional pela China, Dubai, Líbano e Itália. Procurou atendimento na madrugada desta quinta-feira (16) com febre, náuseas e icterícia.
“O protocolo de suspeita de ebola foi inicialmente acionado pelos profissionais da Unidade de Saúde por conta de suas viagens. Em algum momento houve a informação de que ele poderia ter passado pelos países africanos com circulação do vírus de ebola, mas essa informação foi descartada pelo próprio paciente e as autoridades tiveram acesso a seu passaporte que não registra passagem pela África”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Sezifredo Paz.
A Unidade de Pronto Atendimento foi temporariamente fechada e o paciente isolado, mas como o caso foi oficialmente descartado para ebola, a UPA já foi reaberta ao público.
O Ministério da Saúde foi imediatamente informado da possível suspeita de ebola e acompanha todos os procedimentos tomados.
Fonte: G1
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