O advogado Thiago Húascar, que representava o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, que confessou ter matado 39 pessoas, em Goiânia, deixou o caso na tarde desta segunda-feira (20), após protocolar sua saída junto à Polícia Civil. De acordo
com o defensor, a decisão foi motivada por "divergências nos honorários".
“Temos outras causas e outras prioridades. Estávamos perdendo outros casos porque a situação do Tiago demanda muito tempo. Como não chegamos a um acordo financeiro com a família dele, preferi deixar o caso”, afirmou o advogado ao G1.
A mãe de Tiago, que desde quando o filho foi preso pediu para não ser identificada, esteve nesta tarde na Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), onde o vigilante está preso, para levar algumas roupas para ele. Ela não falou com a imprensa sobre a saída do advogado do caso.
Húascar chegou a afirmar, na última sexta-feira (17), que se impressionou com a riqueza de detalhes que seu cliente descrevia os crimes. "Eu fiquei realmente perplexo. Nunca vi nada igual", afirmou, na ocasião. Para ele, o jovem é "insano" e precisa de tratamento.
Um dia antes, o defensor chegou a afirmar que o suspeito tinha sido coagido a confessar os crimes, mas após acompanhar os depoimentos, se disse convicto de que seu cliente realmente é o autor dos assassinatos.
Nesta tarde, Tiago foi levado da Denarc para a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), onde prestará depoimento para vários delegados. No entanto, o delegado Murilo Polati não revelou sobre quais casos ele será ouvido.
Com uma camisa sobre o rosto, o vigilante estava algemados pelos pés e pelas mãos sendo levado por dois agentes.
'Vontade de matar'
Nesta madrugada, Tiago disse aos policiais que “está com vontade de matar”, segundo revelou o delegado Eduardo Prado. “Ele perguntou para os agentes [que] se matar algum indivíduo dentro do presídio [se] ele responderá criminalmente por isso. Muito estranha a atitude e as conversas desconexas que ele vem falando”, diz Prado.
Durante a madrugada, Tiago leu 40 revistas, fato que chamou a atenção da polícia. “Outra coisa curiosa é que ele lê de trás para frente de forma rápida, como se fosse dinâmica, lendo de forma alta”, pontua o delegado. Prado disse ainda que o motociclista pediu bebida alcoólica na cela, mas que não foi atendido.
Conforme o delegado, Tiago precisa de ser monitorado a todo momento. “A nossa preocupação é com a observação constante dele na cela. Ele não tem amor próprio, já tentou suicídio. Constantemente, quando eu estou na sala, ele pede para levar fio dental para ele. [Na] Hora que pergunta se é para suicidar ele dá uma risada sarcástica”, relata Prado.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!