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quarta-feira, setembro 24, 2014

Zelador que matou jovens com marretadas é condenado no PR

Raimundo Gregório da Silva, 56, chega ao fórum de Campo Mourão (PR) para julgamento. Ele afirma que era apaixonado por uma de suas vítimas, e a matou para impedir que fosse a São Paulo encontrar um rapaz que havia conhecido pela internetRaimundo Gregório da Silva, 56, conhecido como "Maníaco da Fossa", foi condenado a 36 anos de reclusão por duplo homícidio
qualificado e ocultação de cadáveres em sessão do tribunal do júri encerrada no final da noite de terça-feira (23) em Campo Mourão, na região oeste do Paraná.

Silva é assassino confesso de duas alunas que estudavam no colégio onde ele trabalhava como zelador. Os crimes, que tiveram repercussão nacional, ocorreram em 2008 e 2010. As duas estudantes foram mortas com golpes de marreta. Os corpos foram incinerados e as cinzas espalhadas em uma horta que abastecia a merenda escolar.

As mortes foram descobertas em 2010, quando a polícia investigava o desaparecimento da estudante Dimetria Laura Gênero, ocorrido em 2008, aos 14 anos. Mensagens de texto enviadas pelo celular de Dimetria para familiares informavam que ela estava bem, morando em São Paulo. O zelador dizia que também recebia mensagens da menina em seu telefone. Ao rastrear a localização do chip da operadora, policiais descobriram que as mensagens estavam sendo enviadas através de torres de operadorsa localizadas em Campo Mourão.

Com mandado de busca autorizado pela Justiça, a polícia do Paraná fez buscas no interior do colégio e na casa do zelador, localizada dentro do terreno da escola. Em vários pontos foram encontradas roupas femininas. Parentes de outra aluna desaparecida, Iara Pacheco, 19, reconheceram as roupas da adolescente. Os policiais localizaram ainda uma fossa desativada, onde o zelador havia escondido parte das ossadas das adolescentes.

Descoberto, Silva fugiu e foi preso dias depois em Sarandi, a 100 km de Campo Mourão. Ele confirmou a autoria dos crimes e disse que era "apaixonado' por Dimetria. O zelador confessou que matou a jovem porque soube que ela pretendia fugir para São Paulo para se encontrar com um rapaz que havia conhecido pela internet. Ele disse que atraiu a menina para sua casa e após oferecer um copo de refrigerante com sedativos, esperou ela adormecer e a matou com golpes de marreta.

Sobre a morte de Iara, ele contou que a estudante havia pedido dinheiro a ele para consumir crack. Silva teria exigido em troca que a jovem mantivesse relações sexuais. Após o ato, ele teria jogado uma moeda no chão e quando Iara se abaixou para recolher, recebeu uma marretada na cabeça. Seguindo o mesmo roteiro da morte de Dimetria, Silva enterrou inicialmente o corpo em uma cova, na horta da escola, e depois de alguns meses desenterrou o que sobrou, queimou em uma fogueira. As cinzas foram espalhadas como adubo na horta. Partes dos ossos que não foram consumidos totalmente pelo fogo, foram jogadas na fossa da escola.

Pai de seis filhos, o zelador trabalhou durante 18 anos na escola estadual Vinicius de Moraes, cenário dos crimes. Ele participava de um programa de distribuição de leite a famílias carentes no bairro e chegou a disputar uma vaga na Câmara de Vereadores no ano de 2000, concorrendo pelo PSB. Ele deve cumprir pena no presídio de Cruzeiro do Oeste, onde está preso desde 2010.

Fonte: Uol

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