O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou ontem (9) que renuncia ao mandato se ficar comprovada qualquer relação dele com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor
de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Em fax enviado ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelo caso da estatal, Nogueira disse que recebeu com "perplexidade e indignação" as acusações envolvendo o nome dele.
"Renunciarei ao meu mandato se houver qualquer transação que beneficie a mim ou qualquer estrutura empresarial da qual seja sócio, cotista ou esteja de alguma forma, individual e diretamente, relacionado no contexto das investigações vigentes", garantiu.
No documento, Ciro Nogueira também se compromete a renunciar ao mandato de senador, caso sejam encontrados registros financeiros, no Brasil ou no exterior, que sirvam como vínculo com as confissões feitas pelo ex-diretor da Petrobras e, ainda, se houver a revelação de áudio ou vídeo de conversas impróprias, do ponto de vista ético, entre ele, Paulo Roberto ou qualquer integrante do suposto esquema.
O senador comunicou, ainda, que exonerou o assessor Mauro Conde Soares, que trabalhava com ele desde o início do mandato. A medida foi tomada depois que o jornal O Estado de S. Paulo publicou segunda-feira (8) reportagem com provas de que o doleiro Alberto Youssef pagou passagens de assessores dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Cícero Lucena (PSDB-PB), de Brasília a São Paulo. O jornal teve acesso ao recibo da compra dos bilhetes aéreos, ida e volta, da companhia TAM, no valor de R$ 3.543,25. É o primeiro documento que liga diretamente o gabinete de parlamentares ao doleiro.
Segundo Ciro Nogueira, o assessor exonerado admitiu que realmente foi a São Paulo, a convite da contadora de Youssef, Meire Poza. "Como era período de recesso parlamentar, não tinha falado comigo, pois se tratava de um assunto que (segundo ele) não dizia respeito ao gabinete. Além de confessar que tinha agido sem meu conhecimento, o assessor também isentou de participação qualquer outro funcionário do gabinete", explicou o senador.
Salientou que, após ser ouvido no gabinete, o assessor dirigiu-se à Delegacia de Polícia do Senado Federal, onde registrou o ocorrido em depoimento. O senador Cícero Lucena está em Brasília, mas, procurado pela Agência Brasil, ainda não se pronunciou.
Fonte: O Mossoroense
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