O presidente ucraniano Petro Poroshenko anunciou nesta segunda-feira (8) a libertação de 1.200 pessoas capturadas pelos rebeldes pró-russos do leste da
Ucrânia, depois que as duas partes acertaram na última sexta-feira um cessar-fogo, informa a agência France Presse.
"Nos últimos quatros dias, conseguimos libertar 1.200 de nossos prisioneiros", afirmou Poroshenko em declarações à agência Interfax-Ucrânia em sua chegada à cidade portuária de Mariupol, uma das cidades mais afetadas pelo conflito.
Ele, no entanto, indicou que não se trata de uma troca de prisioneiros, como foi acertado nas negociações, sem dar mais detalhes.
Ao chegar a Mariupol, cidade de 50 mil habitantes e que é vital para as exportações de aço do país, Poroshenkopediu a retirada de "forças russas" na região.
"É impossível ganhar o conflito apenas por meios militares", admitiu.
"Enquanto se aumenta mais a pressão, mais aumentam as tropas russas em nosso território", acrescentou o presidente à imprensa na cidade que é alvo dos rebeldes há vários dias.
"A maneira mais rápida de se alcançar a paz é a retirada das forças russas", insistiu Poroshenko.
Sanções
Segundo informaram fontes diplomáticas à agência, os embaixadores da União Europeia (UE) foram convocados para uma reunião extraordinária em Bruxelas para discutir as modalidades de implementação das sanções contra a Rússia, que é acusada de apoiar os separatistas no leste da Ucrânia. As sanções devem ser aprovadas ainda nesta segunda.
O frágil cessar-fogo acordado na sexta-feira na Ucrânia pouco serviu para convencer os países ocidentais de que a Rússia está comprometida a solucionar o conflito. Os bombardeios recomeçaram perto do porto de Mariupol no sábado, poucas horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega ucraniano, Petro Poroshenko, concordarem em uma conversa telefônica que a trégua estava em vigor. O cessar-fogo se mantinha em grande parte nesta segunda-feira, apesar de violações esporádicas.
"Haverá uma reunião informal de embaixadores para discutir as modalidades para implementar as sanções", afirmou uma das fontes.
A reunião deve acontecer aparentemente em função da falta de unanimidade sobre o tema.
Já a Rússia insinuou nesta segunda que pode proibir companhias aéreas ocidentais de sobrevoar seu território como parte de uma resposta “assimétrica” às novas sanções da UE, informa a Reuters.
Culpando o Ocidente por prejudicar a economia russa ao aplicar sanções “idiotas”, o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, disse que Moscou irá adotar medidas para reduzir sua dependência de importações, começando com um aumento na produção de aeronaves nacionais.
Medvedev deu a entender que a Rússia deveria ter reagido com mais força às ações dos Estados Unidos e da UE para punir Moscou por seu papel na Ucrânia, afirmando que seu país foi paciente demais no pior confronto com o Ocidente desde a Guerra Fria.
“Se houver sanções relacionadas ao setor energético, ou novas sanções ao setor financeiro da Rússia, teremos que reagir assimetricamente”, declarou ele ao jornal russo Vedomosti, acrescentando que as empresas de aviação de “países amigos” terão permissão de sobrevoar a Rússia.
“Se as companhias aéreas ocidentais tiverem que contornar nosso espaço aéreo, isso pode levar aquelas com dificuldades à falência. Não é esse o caminho. Esperamos que nossos parceiros percebam isso em algum momento”, disse ele na entrevista.
Fonte: G1
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