Ao fazer sua primeira convocação para a seleção brasileira, o técnico Dunga não chamou nenhum centroavante típico daqueles que ficam presos à área, incluindo na
lista como jogador mais próximo dessas características Diego Tardelli. Não foi à toa. O Brasileiro demonstra que há uma decadência no desempenho dos atletas nacionais dessa posição.
Vejamos a tabela de artilheiros ao final do primeiro turno. O líder é o boliviano Marcelo Moreno, com dez gols, seguido pelo meia-atacante Ricardo Goulart. Na terceira posição, há o centroavante brasileiro mais bem colocado: Henrique, do Palmeiras, ao lado de Barcos com oito gols. Com um a menos, está o são-paulino Alexandre Pato, juntamente com Douglas Coutinho, do Atlético-PR.
O atacante palmeirense está longe de encantar sua torcida com seu estilo eficiente, mas de poucos recursos técnicos. E Pato começa a se firmar agora no São Paulo, e ainda perde gols incríveis como contra o Sport, neste domingo, sem goleiro.
A comparação com outros anos é cruel com os atuais centroavantes brasileiros. Henrique, o que tem maior número de gols, acabará o Brasileiro com 16 gols se repetir o seu desempenho no segundo turno.
Desde o início dos pontos corridos, o artilheiro que terminou com menos gols foi Souza, com 17, em 2006. Em quase todos os anos houve pelo menos um atacante com mais de 20 gols. O melhor desempenho foi o de Washington, em 2004, com 34 em 46 jogos – o campeonato era maior. Sua média é muito superior aos atuais jogadores se levarmos em conta que jogou todas as partidas.
Outro detalhe: todos os Brasileiros desde 2003 tiveram como artilheiro um centroavante nacional. Em 2009, o versátil Diego Tardelli acabou na ponta da tabela, mas tinha ao seu lado Adriano. Para a Copa-2014, Luiz Felipe Scolari levou dois atacantes de meio de área: Fred e Jô. O primeiro tem cinco gols no Nacional, o segundo, nenhum.
Fonte: Uol
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