Mulheres, faixa de idade entre 25 e 50 anos, de todas as profissões, níveis sociais e diversas motivações. Esse é o perfil da clientela da fotógrafa Kézia Freire (FOTO), de 36 anos, dos quais 20 deles dedicados ao registro da imagem
estética. Além de fotos de casamentos, formaturas e outros festejos tradicionais, a fotógrafa potiguar já realizou cerca de 100 trabalhos de nu artístico em Natal. Esse é um número que ela acumula mesmo antes de as máquinas digitais começarem a superar a tecnologia dos filmes.
Cerca de 90% da sua clientela é feminina. “A maioria das pessoas faz para o namorado, marido. Tem de todas as profissões, inclusive a dona de casa que junta um dinheirinho e faz”, contou. Segundo ela, esse trabalho ganhou mais evidência em função das mídias sociais.
A possibilidade de uso dessas imagens na página de Kézia é autorizada com antecedência pelo cliente. Quando o referencial das fotos não quer aparecer, o sigilo é garantido. “Além de não postar, eu não posso usar como mostruário”, garantiu a profissional de imagem.
Na avaliação da fotógrafa, há uma diferença entre fotos pornográficas e fotos sensuais. A tônica do trabalho da potiguar é explorar cenários de belezas naturais associado à beleza das mulheres. “Eu procuro dar exclusividade para os meus clientes. Eu gosto muito de fazer ensaios externos. A praia, por exemplo, eu acho perfeito. Acho um desperdício colocar uma mulher num estúdio de frente para uma parede para fazer caras e bocas. Realmente não tem nada de escancarado, nada vulgar. Recebo até elogios dos mais conservadores”, explicou.
O preço de book varia de acordo com o cliente e seu desejo. E não são apenas as saradas que buscam pelo serviço. Conforme a fotógrafa, mulheres com a necessidade de renovar a autoestima também querem realizar o desejo de se ver em fotos. “Gosto de explorar a sensualidade de outras mulheres para elas se sentirem valorizadas. Até porque eu pego muita mulher com autoestima baixa. Elas melhoram muito de humor. É muito satisfatório ver que elas saíram desse estado depressivo”, disse.
De acordo com Kézia Freire, cerca de 40% das suas clientes podem ser classificadas como mulheres que buscam um book nu com finalidades mais narcisistas (de culto ao corpo). As demais querem dar novo fôlego à autoestima. Ainda segundo ela, as grávidas também têm aumentado muito a procura por fotos artísticas destacando a gestação.
Mas ambos os públicos precisam de um toque especial: tratamento de imagens. Esse recurso técnico permite corrigir imperfeições depois que a imagem digital é descarregada em um computador com os softwares apropriados. “Os programas de tratamento de imagem são fundamentais. Digo no plural porque a gente não usa só um. Isso independente de ela estar gordinha ou sarada”, disse.
Conforme a fotógrafa, os retoques mais comuns com “pincel eletrônico” são os seguintes: redução de medidas, retirada de linhas de expressão, estrias e, em alguns casos, até tatuagens.
Os homens também se arriscam em frente das lentes da Kézia Freire, mas o perfil deles é um pouco diferente. “O homem só contrata o serviço quando ele se sente perfeito, eles são mais narcisistas”, contou. Em geral, a sua clientela masculina vai dos 25 a 30 anos. A fotógrafa acredita que os homens ficam mais inibidos em procurá-la exatamente por ser mulher.
Logo quando começou a postar seu trabalho na página de uma mídia social, ela teve uma das fotos denunciada. Desse modo, os gestores da ferramenta tiraram do ar. Na visão da profissional, o preconceito com o nu artístico tem diminuído com o tempo. “São raras as pessoas que ainda se assustam, pelo menos na minha página. Acho que o nu já ficou natural”, considerou.
Fonte: Portal JH
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