Lutador suspeito de estupros se entrega no Rio, diz MP-RJ

O lutador de artes marciais Renan Menezes de Souza, de 22 anos, investigado por três estupros e suspeito de pelo menos mais outro, se entregou na tarde desta quinta-

feira (11), segundo informações da promotoria do Ministério Público. Durante a tarde, ele chegou ao Fórum regional de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, enquanto era realizada a audiência de instrução e julgamento do caso, e se entregou à Justiça do Rio.

O promotor do caso, Eduardo Paes Fernandes, disse que, durante a audiência desta quinta-feira, uma das testemunhas de defesa de Renan reconheceu que ele já havia abusado de uma menor de idade. "Essa testemunha disse ainda que Renan fez isso porque a menor não o teria obedecido. Os depoimentos de todas as vítimas também não deixam dúvidas sobre o que aconteceu", afirmou.

Segundo o promotor, laudos periciais feitos com uma das vítimas no Instituto Médico Legal demonstraram diversas lesões nos pulsos, mas coxas e em outras partes do corpo da vítima.

Ele havia tido a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia 29 de julho. A delegada Gabriela Von Beavalus da Silva, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, afirmou em julho  ao G1 que acreditava pudesse estar fora do Rio de Janeiro e, até mesmo, fora do país.

“Existe a possibilidade de que ele esteja fora do país. As informações que recebemos sobre o paradeiro dele através do Disque-Denúncia são contraditórias. Todas afirmam que ele foi visto dentro do estado do Rio de Janeiro, mas como ele é um jovem de classe média, a possibilidade de ter saído do país existe. Não tivemos contato com a família dele desde quando foi expedido o mandado de prisão. E quem determina que o passaporte dele possa ser apreendido é o juiz”, afirmou à época.

Gabriela afirma que três mulheres fizeram oficialmente o registro de ocorrência contra Renan e que ainda há relatos de outras duas que relataram abuso, através do Facebook, mas não compareceram à delegacia.

'Só pensava em sair viva'

“Eu estava em choque. Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo comigo. A gente vê tanta história e nunca acha que vai ser com a gente. Eu só pensava no meu filho, só pensava em sair viva dali. Eu só queria sair dali”. O desabafo é de uma jovem de 22 anos, que se diz vítima de estupro praticado pelo lutador de artes marciais Renan Menezes de Souza, também de 22 anos, que está foragido.

Há três dias a polícia do Rio procura Renan, que teve a prisão preventiva decretada. Ele também é suspeito de ter abusado de outra jovem. Durante a investigação, outras duas adolescentes foram até a Delegacia da Mulher (Deam) para fazer a mesma queixa.

Em nota, Eduardo Cavalcante Gonçalves, advogado de Renan, negou que o cliente tenha cometido qualquer estupro. De acordo com o advogado, a jovem se desentendeu com Renan, depois que ele se recusou a levá-la de carro para casa. O advogado ainda negou que Renan seja lutador de artes marciais e afirmou que, nos próximos dias, vai pedir a revogação do decreto de prisão preventiva contra o rapaz.

Segundo a vítima, os dois ficaram juntos durante uma festa em abril, em uma casa de shows, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Na saída, Renan ofereceu carona. Ela conta que, no caminho, Renan teria passado em casa e, de volta ao carro, começou a atacá-la.

“Foi no final da rua. Eu pensei que ele estivesse fazendo o retorno, mas ele parou o carro e veio para cima de mim. Eu falei: 'Renan, isso não vai acontecer'. E ele disse que não era para eu fazer nada e começou a tentar tirar a minha roupa. Eu empurrei, dei soco, gritei, pedi pelo amor de Deus para ele não fazer isso comigo, que isso era estupro. E ele continuou mesmo assim e, quando terminou, ele mandou eu sair do carro. E eu saí do carro sem acreditar, em completo estado de choque”, relembrou a vítima.

Ela denunciou o caso à polícia. Na última terça-feira (29), a Justiça decretou a prisão preventiva do rapaz, que está foragido. Na decisão, o juiz afirma que não existe “qualquer dúvida - mínima que seja - quanto à necessidade da prisão cautelar” do lutador. Acrescenta ainda que Renan "costuma ter comportamentos criminosos, sobretudo no que diz respeito a encontros sexuais violentos".

O promotor Eduardo Paes Fernandes que investiga o caso diz que o rapaz tem um perfil agressivo. Depois que o inquérito foi aberto para investigar o crime, mais denúncias apareceram.

Outras três jovens disseram que também foram estupradas pelo lutador de artes marciais. Os ataques teriam acontecido este ano e também em 2009, quando o rapaz ainda era menor de idade. O Ministério Público e a polícia vão investigar as denúncias.

“É a hora de todas as que têm medo enfrentarem isso. Porque, senão, ele vai continuar. Ele não pode continuar fazendo isso. Ele não vai sair impune dessa vez”, enfatizou uma das vítimas.

Fonte: G1