O suspeito de atear fogo na casa onde mora Patrícia Moreira, a torcedora gremista que foi flagrada ofendendo o goleiro Aranha durante o jogo entre Grêmio e Santos, pela
Copa do Brasil, no dia 28 de agosto, confessou o crime na noite desta sexta-feira (12) na delegacia em Porto Alegre. Segundo o delegado Tiago Baldin, titular da 14ª Delegacia de Polícia da capital, o homem que foi detido na tarde do mesmo dia disse ter cometido o crime após ingerir bebidas alcoólicas. No fim da noite, o pedido de prisão preventiva foi acatado pela Justiça, e o suspeito deve ser levado ao Presídio Central.
"Na presença de seu advogado ele confessou o crime. Disse que havia ingerido bebidas alcoólicas, e que se sentia com nojo do que ela havia feito. Usou um isqueiro", disse o delegado.
Segundo o Baldin, o suspeito foi identificado por uma testemunha e foi detido na Zona Norte de Porto Alegre. A polícia afirma que ele mora próximo da residência de Patrícia. O homem tem 28 anos, trabalha como eletricista e apresenta queimaduras na mão direita. Ele já havia sido condenado por porte ilegal de arma de uso restrito e tráfico de drogas e também tem no histórico uma fuga do regime semiaberto. Em prisão domiciliar desde o dia 22 de maio deste ano, recebeu liberdade condicional nessa quinta-feira (11). Alegou, no entanto, que não sabia do fato.
Ele negou parte da versão de uma testemunha, que disse ter visto um guarda-chuva em chamas no relógio de luz da residência no momento do incêndio. "Ele só nega o que a testemunha disse ter visto, dele usando guarda-chuva para mexer na caixa de energia. Ele ainda disse que trabalhou hoje e que, depois, iria procurar atendimento médico. A mão dele esta bastante machucada", acrescentou o delegado.
O incêndio na residência localizada no bairro Passo das Pedras começou por volta das das 4h, de acordo com o advogado Alexandre Rossato e familiares da jovem. O Corpo de Bombeiros diz que foi chamado, mas quando chegou ao local, as chamas já haviam sido apagadas pelos proprietários.
Vizinhos teriam alertado familiares de Patrícia. De acordo com um dos irmãos da torcedora, o fogo começou na frente da residência. Vizinhos perceberam e apagaram antes que as chamas pudessem atingir o interior da casa. Rossato relatou que, nos últimos dias, esteve no local retirando pertences da jovem e populares jogaram pedras contra as paredes e gritaram "racista".
Diante da repercussão do caso, Patrícia evitou dormir em casa nos últimos dias. Ela se refugiou em residências de parentes e amigos para evitar retaliação. Pedras foram jogadas em direção a sua casa.
Na última semana, Patrícia prestou depoimento à polícia e fez um pronunciamento à imprensa. Ela negou ser racista e pediu perdão ao goleiro Aranha.
"Eu quero pedir desculpas para o goleiro Aranha, desculpa mesmo, perdão de coração. Não sou racista. Aquela palavra macaco não foi racismo da minha parte. Não teve intenção racista. Foi no calor do jogo, o Grêmio tava perdendo. Peço desculpas pro Grêmio, para a nação tricolor, não queria nunca prejudicar o Grêmio. Desculpas para o Aranha. Perdão, perdão, perdão mesmo", declarou.
Fonte: G1
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