Em partida muito disputada, com problemas causados por torcedores antes e depois do jogo – que chegou a ficar paralisado por
poucos minutos no primeiro tempo, o Atlético-MG venceu o líder Cruzeiro, por 3 a 2, neste domingo, no Mineirão. O resultado segura o time celeste com 49 pontos e leva a equipe atleticana aos 37, mostrando efetivamente que entrou na briga pelo G4. A partida foi marcada pelo emoção e pelas muitas alternativas. O gol do triunfo alvinegro saiu aos 46 min do segundo tempo, marcado por Carlos. Só não foi pior para o Cruzeiro, por causa da vitória do Corinthians sobre o São Paulo, pelo mesmo placar, o que manteve a diferença entre líder e vice em sete pontos.
Levir Culpi ousou e escalou um time com um só volante e com meias e atacantes de velocidade. O Atlético-MG levou sufoco do adversário a maior parte do tempo, mas teve êxito nos contra-ataques. A partida foi nervosa fora de campo. Os atleticanos, que tiveram acesso a apenas 10% dos ingressos, para provocar os rivais, em maioria, usaram bombas e sinalizadores, enfumaçando o Mineirão, interrompendo o jogo e gerando a ação policial para reprimir. Com a derrota, o Cruzeiro perde longa invencibilidade em casa e no Gigante da Pampulha.
As fases do jogo: Uma bola na trave, logo no 1º minuto, chutada por Alisson funcionou como um cartão de visitas do mandante Cruzeiro, que teve o domínio na etapa inicial, tomando a iniciativa do ataque, mostrando-se mais organizado em campo e até mesmo com maior vontade. Os jogadores do líder do Brasileiro levavam vantagem na maior parte das disputadas. Armado no papel, de forma mais ousada, apenas com Leandro Donizete como volante, o alvinegro mineiro não conseguia atacar.
Victor fez ótimas defesas, como aos 33 min, em chute de Everton Ribeiro. Do outro lado, Fábio não tinha trabalho. Mas, em intervalo de dois minutos, aos 38 min e 40m, o Atlético-MG superou o goleiro celeste e colocou a bolas duas vezes na rede cruzeirense. No primeiro, Carlos marcou, em lance bastante reclamado pelo time celeste, que queria impedimento. Dois minutos depois, Diego Tardelli marcou o segundo. A torcida atleticana soltou fogos e o jogo foi interrompido pelo árbitro Marcelo de Lima Henriques. O Cruzeiro ainda reduziu a vantagem no primeiro tempo, com Ricardo Goulart, aos 47 min.
Embalado pelo gol no finalzinho da etapa anterior, o Cruzeiro não demorou para empatar o clássico, aos 6 min, com um belo gol, de voleio, marcado por Alisson. Aí foi a vez do lado celeste soltar bomba na comemoração. O time anfitrião seguia melhor em campo, pressionando e encurralando o adversário, que não conseguia chegar à frente. Levir Culpi tirou Luan para colocar Josué e Emerson Conceição cedendo vaga a Douglas Santos. No Cruzeiro, Alisson sentiu um problema médico e foi substituído por Dagoberto. As mudanças não alteraram o cenário em que o time estrelado era superior ao adversário, masz aos 46 min, Carlos fez o gol do triunfo.
O melhor: Carlos - Com dois gols, o segundo nos acréscimos da etapa final, Carlos foi o herói do triunfo atleticano.
O pior: Emerson Conceição– Lateral esquerdo voltou a ter atuação ruim pelo Atlético-MG, marcando mal e não conseguindo ser efetivo no apoio. Foi substituído por Douglas Santos.
A chave do jogo: Contra-ataque atleticano – Mesmo entrando em campo com formação ofensiva, o Atlético-MG atuou mais recuado, posicionando-se para explorar os contragolpes e conseguiu dois gols, ainda na etapa inicial, em um intervalo de dois minutos. No segundo tempo, teve tranquilidade para seguir defendendo e contra-atacando até fazer o terceiro gol.
Toque dos técnicos: A ousadia de Levir Culpi foi recompensada. Com problemas de desfalques e contusões, o treinador prendeu os laterais, colocou apenas Leandro Donizete como volante, 'sacrificou' Dátolo e Luan, mas conseguiu a intenção de surpreender o tradicional rival Cruzeiro, que não mudou sua forma de jogar no Mineirão, conseguiu o empate, mas levou o terceiro gol nos acréscimos.
Para lembrar:
Ocorrências policiais. Três torcedores atleticanos foram baleados, na tarde deste domingo, no centro de Belo Horizonte, em um ponto de ônibus, na Avenida do Contorno. Eles foram atendidos no Pronto Socorro do Hospital João XXIII. Antes do início do clássico, o ônibus da delegação atleticana enfrentou problemas na chegada ao Mineirão, a Polícia Militar teve de agir e torcedores cruzeirenses reclamaram de uso excessivo de força.
Bombas e sinalizadores. Após o segundo gol do Atlético-MG, o árbitro Marcelo de Lima Henriques interrompeu o jogo por causa de sinalizadores e bomba do lado atleticano. A Polícia Militar conseguiu identificar um dos torcedores responsáveis. Levir Culpi deixou sua área técnica e se dirigiu à pequena torcida alvinegra, gesticulando e pedindo para pararem. Ele mostrou a cabeça, como se quisesse pedir mais inteligência aos torcedores.
Marcas completadas no clássico. O Cruzeiro chegou ao seu jogo número 50 no novo Mineirão, obtendo sua 43ª vitória (cinco empates e duas derrotas). O meia Everton Ribeiro, por sua vez, fez o seu centésimo jogo com a camisa celeste.
Levir surpreende. O técnico Levir Culpi optou por uma formação ofensiva, com apenas um volante de ofício, Leandro Donizete e cinco jogadores ofensivos. "Na verdade nós fomos surpreendidos sim. Ele deixou quatro volantes no banco, acho que fez isso um pouco pela surpresa e também por estar com volantes voltando e não ter confiança na escalação deles", afirmou Marcelo Oliveira. Para Levir Culpi, o êxito da estratégia dependerá da "atitude" dos jogadores.
Apresentação de novo lateral.Antes do início do clássico, a diretoria do Cruzeiro apresentou de forma oficial o lateral esquerdo Breno Lopes, de 23 anos, que foi contratado ao Paraná Esporte, para ficar como opção ao técnico Marcelo Oliveira, em função da contusão do paraguaio Samudio.
Jô fora. O técnico Levir Culpi levou até onde pôde a dúvida sobre o aproveitamento do atacante Jô. Mas com dores no joelho direito o atacante, que não marca gols há 20 partidas, não enfrentou o Cruzeiro.
Ações de marketing. O departamento de marketing do Cruzeiro organizou a montagem de um mosaico "#EU NAS 11" para receber os jogadores da equipe mandante, que teve 90% do público presente.
Fonte: Uol
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