A presidente-candidata Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que solicitou à Polícia Federal e ao Ministério Público a íntegra do
depoimento à Polícia Federal do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Preso em Curitiba, ele aceitou acordo de delação premiada e entregou nomes de parlamentares, governadores e um ministro como beneficiários do balcão de negócios montado na estatal, como revelou VEJA desta semana. “Se houve alguma coisa, e tudo indica que houve, eu posso garantir que todas as sangrias estão estancadas”, disse a petista em sabatina do jornal O Estado de S. Paulo, no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Dilma disse que “não tinha a menor ideia” das irregularidades que aconteciam dentro da empresa, reveladas na edição desta semana de VEJA – mas não negou as denúncias. Ela afirmou que “nunca houve desconfiança” sobre a gestão de Paulo Roberto, principalmente pelo fato de ele ser um servidor de carreira, e que o caso “não é típico” dos quadros da Petrobras. Ela pediu informações à PF e ao Ministério Público e disse que já obteve posicionamento do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, citado por Costa como um dos beneficiados no esquema de corrupção. “Ele deu as explicações para mim, por escrito, e nega veementemente tais fatos. Mas eu tomei uma medida: determinei ao ministro José Eduardo Cardozo [Justiça] que fizesse um ofício à PF, porque se houver algum funcionário do governo, nós gostaríamos de ter acesso a essa informação para poder tomar todas as providências e tomar essas medidas baseadas em informações oficiais”, afirmou a presidente. “Os processos estão criptografados e dentro do cofre. Vazamento pode significar não validade das provas. Eu fiz o ofício ao procurador-geral da República para ter essas informações.”
“Volta, Lula”
Dilma também foi questionada sobre a sua relação com o ex-presidente Lula. Nos bastidores, a ala descontente de partidos aliados e do próprio PT trabalhavam para que o petista a substituísse nestas eleições. “Todo mundo que apostou em algum conflito entre mim e o Lula errou. Eu tenho uma relação fortíssima, pessoal, com ele. Eu convivi com o Lula de junho de 2005 até o dia em que eu saí do governo. Eu tenho uma relação de imensa amizade. Eu gosto do Lula, gosto muito, e tenho absoluta certeza de que ele tem o mesmo afeto por mim”, disse a presidente. Ela ressaltou ainda que apoiaria um retorno do ex-presidente não apenas em 2018, mas “em qualquer circunstância”. “O que ele quiser eu apoiarei”, disse.
Collor
Dilma também tentou amenizar as comparações que sua campanha fez entre a adversária Marina Silva (PSB) e os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Melo – este último, aliado do governo petista. Mas manteve a mesma linha do discurso de terrorismo eleitoral contra a rival. “Eu acho a Marina bem intencionada. Não estou fazendo uma comparação pessoal. A comparação com Jânio e Collor é que ambos governaram sem apoio. Quem acha que vai negociar com notáveis, que é possível governar sem partido, geralmente ocorre alguma coisa muito perigosa”, afirmou. “Que o governo Collor não teve base de sustentação é um dado da história. Eu respeito o Collor, mas discordo das políticas. Por isso comecei falando que acho a Marina bem intencionada.”
Fonte: Veja
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