O governo de Serra Leoa decretou nesta sexta-feira (5) quatro dias de confinamento em todo o país, com o objetivo de conter o surto de
ebola. O bloqueio deve acontecer entre 18 e 21 de setembro, período em que os habitantes estão proibidos de deixar suas casas. Segundo os representantes do governo do país, mais de 20 mil pessoas serão recrutadas para garantir o confinamento. Policias e soldados também foram convocados.
Serra Leoa está entre os três países mais atingidos pela epidemia, junto com a Guiné e a Libéria.
Além de tentar impedir que o vírus se espalhe ainda mais, a medida vai permitir que os profissionais de saúde identifiquem casos nos estágios iniciais da doença, disse Ibrahim Ben Kargbo, assessor presidencial para a força-tarefa contra o ebola no país africano.
"A abordagem agressiva é necessária para lidar com a propagação do ebola", afirmou.
Até sexta-feira, Serra Leoa tinha registrado 491 do total de 2.097 mortes atribuídas ao ebola na África Ocidental desde março, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Preocupação com direitos humanos
O sucesso do plano vai depender da vontade da população de colaborar. "A gente não espera que eles se recusem [a ficar em casa]. Ou eles obedecem ou estarão desrespeitando a lei. Se você desobedecer, estará desobedecendo o presidente", disse à BBC Sidie Yahya Tunis, diretor de comunicação do Ministério da Saúde.
Uma implementação obrigatória do confinamento provavelmente traria à tona questões de respeito a direitos humanos e teria potencial para dar início a protestos violentos.
No mês passado, a Libéria isolou uma grande favela da capital, Monróvia, por mais de uma semana na tentativa de conter o vírus.
Enquanto isso, a Nigéria, que tinha fechado escolas, anunciou que vai reabri-las a partir de 22 de setembro. (Com agências de notícias)
Fonte: Uol
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