A absorção de metais pesados foi a causa do encalhe de 30 golfinhos da espécie falsa-orca no ano passado na praia de Upanema, em Areia Branca, no litoral Norte do Rio
Grande do Norte. O resultado dos exames feitos em laboratórios do RN e Rio de Janeiro foi anunciado nesta semana pelos integrantes do projeto Cetáceos da Costa Branca, que é vinculado à Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). O encalhe aconteceu no dia 22 de setembro do ano passado.
Depois de apresentar um vídeo gravado durante a operação que conseguiu devolver ao mar 24 dos 30 golfinhos encalhados, o coordenador do projeto Cetáceos da Costa Branca, Flávio Lima, anunciou a conclusão das análises feitas em amostras dos animais mortos. De acordo com o professor, os exames apontaram que os golfinhos haviam sido contaminados com mercúrio e metal. Os materiais baixaram a imunidade dos animais, provocando a proliferação de parasitas no intestino e na cabeça.
“Com a imunidade baixa, os parasitas que geralmente ficam no intestino do animal, migraram para uma reunião da cabeça conhecida por 'bulas timpânicas", que serve para o animal ter uma orientação espacial.", explica o coordenador. Com isso, os golfinhos ficaram desorientados e perderam o rumo, encalhando na praia de Upanema. O professor acrescenta que os golfinhos estavam com 20 vezes mais mercúrio no sangue do que os padrões internacionais estabelecidos.
O índice de salvamento em caso de encalhe coletivo chamou a atenção pelo fato da média internacional ser de 20%. Com a conclusão das análises, os biólogos do projeto Cetáceos da Costa Branca pretendem produzir artigos científicos para serem apresentados em eventos fora do país.
Fonte: G1
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