O advogado gaúcho Mauricio Dal Agnol, acusado de ganhar indevidamente milhões de reais com processos contra uma empresa de
telefonia, foi preso na segunda-feira (22), em Passo Fundo (a 298 km de Porto Alegre), no norte do Rio Grande do Sul. Nesta terça-feira (23), a Justiça negou pedido de liberdade para Dal Agnol
O advogado foi surpreendido por policiais federais quando deixava seu luxuoso escritório na avenida Brasil, a principal da cidade. Sua prisão foi decretada pela juíza Ana Cristina Frighetto, da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo.
Os agentes federais encontraram com o advogado uma pasta com um montante em dinheiro, estimado, segundo a polícia, em R$ 330 milhões, e seu passaporte com visto válido para os Estados Unidos. Segundo o delegado Mário Luiz Vieira seriam indícios de que ele se preparava para fugir do país novamente.
Contra ele pesam dezenas de processos por apropriação indébita e estelionato. O Ministério Público acredita que o advogado tenha lesado cerca de 30 mil clientes e lucrado indevidamente valores em torno de R$ 100 milhões.
O enriquecimento teve início quando seu escritório passou a representar antigos acionistas da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações) em processos contra a empresa de telefonia BrT (Brasil Telecom). Os clientes pediam reajuste nos valores pagos pelas ações da empresa gaúcha vendida à BrT - que deu origem à Oi.
Dal Agnol teria ficado com grande parte dos R$ 300 milhões que ganhou contra a empresa e que deveriam ser repassados aos seus clientes. Na prática, os antigos acionistas recebiam no máximo 20% do devido.
Dal Agnol ficou famoso em fevereiro deste ano, quando se tornou o alvo principal da Operação Carmelina, da PF. Ele teve a prisão decretada, mas se refugiou nos EUA. Na época, chegou a ver seu nome na lista de procurados pela Interpol. Depois de um acordo com a Justiça, no qual ele se apresentaria ao juiz duas vezes por semana, retornou ao Brasil ao ter seu pedido de prisão preventiva suspenso.
Dessa vez, ele foi preso por falsificar um alvará de acordo judicial no qual a Brt repassa R$ 5 milhões a um grupo de clientes seus. Dal Agnol teria adulterado o documento, fazendo com que fosse obrigado a repassar apenas R$ 50 mil. Além disso, foi pedida sua prisão preventiva por porte ilegal de armas, incluindo um fuzil, de acordo com o promotor Julio Ballardin.
O UOL tentou contato com os advogados de Dal Agnol, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Fonte: G1
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