O Corinthians levou Petros ao Rio de Janeiro para depor e usou até uma fala de Arnaldo Cézar Coelho, comentarista de arbitragem da Rede
Globo para tentar defender o atleta, mas não conseguiu evitar um gancho pesado. Por apenas um voto (3 a 2), o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) decidiu punir o jogador com seis meses de suspensão pela agressão ao árbitro Raphael Claus, no clássico entre Santos e Corinthians, há pouco mais de uma semana.
"Estou me sentindo um criminoso, um assassino, um serial killer", resumiu o jogador, acompanhado dos advogados do Corinthians, na saída do tribunal.
A decisão foi tomada em primeira instância pela 1ª Comissão Disciplinar do STJD e ainda cabe recurso. O relator do caso, um auditor e o presidente da sessão votaram pelo gancho de seis meses. Dois auditores chegaram a pedir enquadramento no artigo 258 e pena de quatro jogos, mas perderam a disputa. Se não conseguir reverter a decisão no pleno, Petros só poderá voltar a atuar em fevereiro do ano que vem.
"Não me pareceu involuntário a atitude do atleta. Fica bem claro que ele desvia a trajetória e vai em direção ao árbitro. Tudo porque estava aborrecido com ele. Não foi um simples empurrão", diz o presidente da primeira comissão disciplinar, Paulo Valed Perry, que decidiu o julgamento quando a votação estava empatada.
O volante acompanhou os advogados do Corinthians e ouviu a sentença ao vivo, na sede do STJD. Em seu depoimento, Petros justificou que não teve intenção, que mudou sua direção ao chocar-se com o rival Alisson e até que não bateria com o braço esquerdo, já que é destro.
"Jamais agrediria a maior autoridade do campo de jogo. Nunca faria isso. Foi um encontrão, apenas isso", disse Petros.
Os advogados do Corinthians ainda exibiram um vídeo do programa "Bem, Amigos", do Sportv, em que Arnaldo Cézar Coelho dá sua opinião sobre o assunto. No trecho selecionado, o comentarista diz que Petros foi imprudente, mas que não teve intenção de agredir e, por isso, não deveria ter uma punição grave.
"Não importam os comentários dos jornalistas esportivos. A questão aqui é disciplinar. E o atleta teve, sim, uma conduta de agressão contra o árbitro. Essa corte deve punir o atleta exemplarmente. Se não o punirmos, vai banalizar. Não pode virar esse 'vale tudo'", disse o procurador do caso, Willian Figueiredo.
"Acredito que essa tenha sido a única opinião que contesta uma agressão. Li muito e quase todos entenderam que houve uma agressão", disse Felipe Bevilacqua, relator do caso.
Tanto Figueiredo quanto Bevilacqua pediram pena de 180 dias para Petros.
O jogador foi parar no tribunal por dois segundos de destempero. Há pouco mais de uma semana, o volante perdeu a cabeça e se chocou contra o árbitro Raphael Claus, que apitava o clássico entre Santos e Corinthians, na Vila Belmiro.
O jogador corintiano não foi punido durante a partida, mas a imagem ganhou enorme repercussão e Petros foi acusado de agressão. Até Claus, ao rever o lance, mudou sua opinião inicial e entendeu que o jogador se chocou propositalmente.
O Corinthians e Petros defenderam a teoria de que não houve intenção e que, além disso, não se tratou de uma agressão. A intenção era livrá-lo de uma pena ou desqualificar o artigo no qual o volante foi denunciado. Se isso acontecesse, a pena poderia ao menos diminuir.
Santos livre
Na mesma pauta, o Santos foi absolvido no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O clube havia sido denunciado após um torcedor arremessar um copo no campo no início do jogo. Levando em consideração que o copo plástico é um objeto lícito, de venda autorizada nos estádios, o STJD não puniu o clube.
O meia Alison também foi absolvido pelo lance que gerou seu cartão vermelho. Com a pena automática já cumprida, ele pode atuar sem restrição nos próximos jogos.
Fonte: Uol
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