Apesar dos médicos do município terem se comprometido a encerrar a greve, que já dura mais de dois meses, na manhã desta quinta-feira (14), os atendimentos nos hospitais
e unidades de saúde de Natal continuava reduzido em 50%. Apesar da decisão, deliberada ontem após audiência de conciliação entre o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizada no Tribunal de Justiça, só a partir da próxima semana é que as consultas eletivas devem ser normalizadas.
Segundo o diretor da Unidade Integrada de Saúde da Cidade da Esperança, José Martins, as consultas continuam reduzidas pela metade e a expectativa é que os médicos municipalizados retornem às atividades até a próxima semana, após a assembleia geral marcada para segunda-feira (18). Ele disse ainda que uma média de 200 atendimentos por dia deixaram de ser feitos no ambulatório com a greve dos médicos.
“Apesar da conciliação de ontem, continuamos com os atendimentos sendo realizados pela metade, ou seja, os médicos que antes vinham quatro vezes por semana, vêm apenas dois. Sei que apenas os que fazem as cirurgias eletivas de grande porte é que retornaram ao normal, mas aqui não fazemos isso. E os médicos cooperados também voltaram a trabalhar normalmente”, explicou.
Uma médica que trabalha na unidade, e que não quis se identificar, confirmou que está atendendo apenas 50% da demanda normal, por causa da greve e que a orientação do sindicato é que aguardem a assembleia da próxima segunda-feira para decidirem se voltam ao atendimento normal ou não. “Eu mesmo sou contratada para trabalhar quatro dias, mas estou vindo apenas dois. Apenas as urgências estão sendo recebidas”, afirmou.
No Hospital Infantil Sandra Celeste, onde os atendimentos também foram reduzidos em 50%, todas as consultas que deixaram de ser feitas durante os dois meses de greve devem ser remarcadas a partir de hoje. Segundo a diretora, Ana Maria de Mesquita, até as 9h de hoje, a unidade não havia recebido nenhum comunicado oficial da SMS sobre o retorno dos médicos.
“Soube da audiência de conciliação de ontem, entre os médicos e o município, mas como ainda não fomos informados oficialmente, vamos aguardar até a tarde para dar início a remarcação das consultas eletivas. Felizmente, não tivemos maiores problemas com isso, até porque todos os pacientes que procuraram a unidade foram atendidos na urgência, que não parou”, explicou.
Pacientes reclamam de demora no atendimento
Na sexta tentativa de ser atendida por um médico na Cidade da Esperança, a dona de casa Maria Cristina de Assis relatou revoltada que foi orientada, novamente, pelos atendentes da unidade, que teria que retornar ao local na próxima quarta-feira. “É inadmissível que tenhamos que esperar tanto tempo para uma simples consulta. O pior é que eles sabem que já é a sexta vez que eu venho aqui para nada, porque sempre que chego, me mandam vir em outro dia. Não tenho culpa pela greve dos médicos, só quero ser atendida. Para isso, já pago imposto demais”, desabafou.
Quem também estava indignada com a demora em ser atendida era a servidora pública Terezinha Pereira, que chegou à unidade às 6h da manhã e somente às 9h foi informada que a médica para qual estava agendada só atenderia à tarde. Ela disse que estava sem tomar café e que se deslocou com o pai, que sofreu um acidente cardiovascular (AVC) há alguns meses, acreditando que seriam atendidos pela manhã.
O aposentado Antônio Martins também reclamou sobre a nova remarcação da consulta e disse que essa já era a quarta vez que tinha que ir à unidade em busca de atendimento. “Me garantiram que eu seria atendido na manhã de hoje e quando chego, escuto que só à tarde. Eles acham que a gente tem condição de ficar indo e voltando, uma falta de respeito. Só espero ser atendido à tarde”, falou.
Fonte: Portal JH
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