O governo estadual estendeu neste domingo (17) o toque de recolher decretado no sábado em Ferguson, cidade no centro dos Estados Unidos e palco de protestos após a
morte do jovem negro desarmado Michael Brown por um policial.
O porta-voz da Polícia Rodoviária do estado do Missouri, Al Nothum, disse ao jornal 'St-Louis Post Dispatch' que o toque de recolher 'será estendido para uma segunda noite'.
De acordo com o mesmo jornal, está prevista uma entrevista coletiva.
A AFP tentou contato com a Polícia para confirmar a declaração, mas ainda não teve retorno.
A família de Michael convocou uma nova manifestação pacífica para este domingo à tarde. De mãos dadas, pequenos grupos de manifestantes fizeram orações perto do local dos disparos.
'Desculpe, mas precisamos de respostas sobre Michael Brown', dizia um cartaz no local.
Nesta manhã, o reverendo e ativista dos direitos humanos Al Sharpton liderou uma cerimônia religiosa. 'Quando um policial erra, deve assumir as consequências, como qualquer cidadão', discursou.
Em entrevista à rede CNN, o governador Nixon admitiu neste domingo que é provável que a tensão se mantenha elevada em Ferguson nos próximos dias.
'Queremos respostas sobre o que aconteceu na semana passada, e continuarei tentando obtê-las', prometeu Nixon. Mas 'se quisermos chegar à Justiça, primeiro temos de obter e manter a paz', completou.
1 ferido e sete presos
O governador declarou no sábado o estado de emergência e o toque de recolher entre 0h e 5h nesta cidade do meio oeste, onde os protestos se repetiram diariamente esta semana pela morte do jovem de 18 anos em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Mesmo com o toque de recolher houve manifestação na noite do sábado e pelo menos uma pessoa ficou ferida e outras sete foram detidas durante os distúrbios. Dezenas de pessoas desafiaram o toque de recolher decretado pelas autoridades, informou a imprensa local, e a polícia usou fumaça e gás lacrimogêneo para tentar dispersar o grupo.
Nova autópsia
'Devido às circunstâncias extraordinárias que rodeiam o caso e a pedido da família de Brown', o procurador-geral Eric Holder ordenou que uma equipe médica federal realize uma segunda autópsia no corpo do jovem, segundo informou o porta-voz do Departamento de Justiça, Brian Fallon, em comunicado.
O porta-voz disse que a autópsia será realizada 'o mais rápido possível', ao mesmo tempo em que assinalou que os funcionários do Departamento de Justiça que trabalham no caso também levarão em conta o exame realizado pelas autoridades estaduais para sua investigação.
Duas investigações estão em andamento no caso Brown. Uma delas está sendo feita pelas autoridades locais, e a outra, pelo FBI, a Polícia Federal americana, que já enviou pelo menos 40 agentes para coletar depoimentos em Ferguson.
Segundo a Polícia, Brown foi morto depois de reagir de forma agressiva e resistir à prisão. Dorian Johnson, que acompanhava Brown quando o amigo foi baleado, garantiu que ele foi abatido quando estava com as mãos para o alto.
A família do jovem disse estar 'escandalizada' com a versão da polícia, destinada, segundo ela, a 'responsabilizar a vítima e a desviar a atenção'.
Fonte: G1
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