O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um pronunciamento nesta quarta-feira (20) após ser confirmada pela Casa
Branca a autenticidade de um vídeo que mostra um norte-americano sendo decapitado por um integrante do EI (Estado Islâmico), grupo radical sunita que vem agindo com violência no Iraque e na Síria para impor a formação de um califado islâmico.
"Tem de haver um esforço comum para acabar com esse câncer, antes que ele se espalhe", disse Obama.
O presidente disse que os EUA continuarão a fazer o que for necessário para proteger seus cidadãos e os valores do país.
O jornalista James Foley, 40, sequestrado na Síria em novembro de 2012 quando trabalhava para o site GlobalPost, aparece nas imagens divulgadas nesta terça-feira ajoelhado ao lado de um homem vestido todo de preto e com o rosto coberto. O jornalista lê uma mensagem, possivelmente a mando de seus sequestradores, em que diz que "seu verdadeiro assassino é a América".
"Eu gostaria de ter mais tempo. Eu gostaria de ter podido ter esperança de ver minha família novamente", diz Foley, antes de ser decapitado.
O EI teria agido contra o norte-americano em reação à presença militar dos EUA no Iraque em apoio ao governo do país contra os ataques dos radicais.
Obama declarou hoje que os EUA estão "estarrecidos com esse assassinato brutal" e que telefonou para os parentes do jornalista para oferecer suas condolências. "Esse é um ato de violência que choca o mundo todo. (...) Um grupo como EI não tem lugar no século 21", afirmou.
Outro jornalista dos EUA, possivelmente Steven Sotloff, é apresentado no mesmo vídeo pelo homem em roupas pretas, que fala inglês aparentemente com um sotaque britânico. Ele diz que a vida do norte-americano está na balança e depende do que Obama fará a seguir. Sotloff foi sequestrado em 2013 na fronteira entre Síria e Turquia quando trabalhava para as revistas "Time" e "Foreign Policy".
De acordo com informações da rede CNN, o serviço de inteligência dos EUA analisou as imagens e concluiu que elas são autênticas, conforme anunciado hoje pela porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden.
Para Obama, "a ideologia do EI está falida " e o grupo "não tem valores para seres humanos". "Pessoas assim acabam falhando, o futuro é de quem constrói, e não de quem destrói", disse o presidente.
Premiê britânico se diz "chocado"
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que está chocado com o provável envolvimento de um cidadão britânico no vídeo que mostra um jornalista norte-americano sendo decapitado por militantes islâmicos, e acrescentou que o homem ainda não foi identificado.
"Nós não identificamos a pessoa responsável no vídeo, mas pelo que vimos, parece cada vez mais provável que seja um cidadão britânico. Isso é profundamente chocante", afirmou Cameron a emissoras nesta quarta-feira.
O premiê, no entanto, descartou o envio de soldados para reforçar o envolvimento militar da Grã-Bretanha no Iraque, que até agora tem se focado no fornecimento de suprimentos para as forças curdas que lutam contra os militantes do Estado Islâmico e no uso de jatos para vigilância. "Nós não vamos colocar tropas de combate no terreno, isso não é algo que devemos fazer."
Fonte: Uol
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