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terça-feira, julho 29, 2014

Sindicato da Lavoura projeta perda de até 95% na agricultura este ano

Produtores terão prejuízo entre 10 e 25 mil reais este anoOntem foi comemorado o Dia do Agricultor, data criada em memória da criação do Ministério da Agricultura, em 1960. Contudo, pequenos produtores do município
afirmam não ter grandes motivos para celebrar, pois, devido à falta de chuvas o setor passa por crise desde o ano de 2012. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Lavoura de Mossoró (Sindilavoura), Francisco Gomes, este ano a queda na produção deverá ficar entre 90% e 95%.
"Nós já estamos no terceiro ano consecutivo de perdas na agricultura devido à insuficiência de chuvas. Dificilmente em algumas comunidades houve agricultor que colhesse um apanhado de feijão, pois a maioria dos nossos produtores planta no sistema sequeiro, dependendo totalmente do inverno", disse.
Francisco Gomes diz que a queda na renda varia entre os agricultores e afirma que, em média, os produtores terão prejuízo entre10 e 25 mil reais este ano. Ele frisa que os maiores prejuízos serão para os pequenos produtores "sequeiros", mas até mesmo aqueles que dispõem de sistema de irrigação têm motivos para se preocupar, pois o volume de chuvas não tem sido o suficiente para renovar os lençóis freáticos.
"Precisamos de um volume médio de chuvas de 850 a 950 milímetros distribuídos de forma regular durante o inverno para poder produzir bem. No inverno deste ano, as comunidades rurais que mais registraram chuvas alcançaram 350 mm e algumas chegaram a registrar só 170 mm", conta.
Frente às perdas econômicas da atividade, o presidente diz que muitos produtores, sobretudo os mais jovens, têm deixado a zona rural em busca de novas oportunidades de emprego na cidade, o que nem sempre se concretiza. "É preocupante. Se os três níveis de governo não tomarem atitudes urgentes nossos campos ficarão esvaziados e como diz o ditado, 'se o campo não planta, a cidade não janta'", conclui.

Prefeitura espera selar parceria com o Dnocs e Petrobras para ampliar abastecimento de água

De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Rondinelli Carlos dos Santos, Mossoró conta hoje 133 projetos de assentamentos e comunidades rurais, e, em média 22 mil pessoas morando no campo. O secretário afirma que a Prefeitura Municipal de Mossoró tem levado ações em diferentes frentes para tentar amenizar os efeitos da estiagem sobre a agricultura familiar, dentre elas parceria com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e com a Petrobras.
"É difícil evitar a queda na produção porque Mossoró está em situação de emergência, junto com mais 150 municípios do Estado. Estamos ampliando e mantendo os poços artesianos públicos e esperamos poder amenizar esta situação de seca este ano através de parceria com o Dnocs e a Petrobras", conta Rondinelli Santos.
Segundo o secretário, a parceria entre a administração municipal e o Dnocs vem sendo planejada desde o ano passado e deverá levar água encanada a 20 comunidades rurais de Mossoró. 
Já o projeto para a cessão do poço AP207 pela Petrobras estaria apenas aguardando a conclusão de trâmites burocráticos para implantação. A água do poço deverá ser levada às comunidades de Suçuarana e Passagem de Pedra, o que beneficiará, indiretamente, as comunidades de Melancias e Carmo, pois estas não terão mais de dividir a água disponível.

Reprodução Cidade News Itaú via O Mossoroense

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