O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, 59, disse estar "profundamente chocado" com as acusações de ter cometido corrupção ativa, tráfico de influência e violação do sigilo profissional. Ele
permaneceu detido por 15 horas nesta terça-feira (1º) para depor no inquérito instaurado pela procuradoria nacional financeira.
Sarkozy concedeu nesta quarta-feira (2) uma entrevista exclusiva ao vivo à emissora "TF1" e à rádio "Europea 1". Durante 45 minutos ele se defendeu das acusações e afirmou que seu indiciamento demonstra haver atualmente "uma instrumentalização política de uma parte da Justiça" para prejudicá-lo.
"Tudo foi feito para mostrar uma imagem de mim que não é a realidade. No nosso país, o país dos direitos dos homens, os franceses devem julgar aquilo que somos. Eu jamais cometi um ato contrário aos princípios republicanos ou ao Estado de Direito", disse.
Depois de chamar os chefes de acusação que o interrogaram de "grotescos", Sarkozy afirmou que havia neles "uma vontade de humilhá-lo". "Se eu cometi erros, então eu assumirei todas as consequências, porque não sou um homem que foge de suas responsabilidades", prosseguiu.
O ex-presidente francês comentou a acusação de que o regime do general líbio Muammar Gaddafi teria contribuído no financiamento de sua campanha para a eleição presidencial de 2007. "Se tivéssemos encontrado uma conta ou transferência do Sr. Gaddafi, vocês não acha que teriam sido informados antes de mim?", indagou aos jornalistas presentes.
Sarkozy também descartou renunciar a uma eventual candidatura à presidência –as eleições na França ocorrem em 2017. "Estamos em um país onde temos deveres, mas não direitos. Olho com consternação o estado do país. Irei decidir depois de um tempo de reflexão o que eu farei."
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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