As mudanças de caráter econômico e social provocadas pela inserção da agroecologia na agricultura familiar não são mais novidades para agricultores que trabalham na Feira
Agroecológica de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte. Além da comercialização semanal dos produtos orgânicos, os produtores buscam novas alternativas para elevar a produção e a renda. Projetos governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) está entre as metas a serem conquistadas pelos integrantes da Associação dos Produtores da Feira Agroecológica de Mossoró (Aprofam) para os próximos meses.
Assim como já acontece com alguns agricultores familiares individualmente, a meta é passar a fornecer produtos os produtos orgânicos por meio da associação. De acordo com a presidente da Aprofam, Luana Clementino, a ideia é garantir novos meios de comercialização e romper barreiras para outros projetos.
“Estamos finalizando a documentação para que possamos ser inseridos no PAA. As dificuldades para a agricultura familiar ainda existem, mas buscamos meios para driblar e conquistar mais espaço. A participação no PAA vai melhorar ainda mais nossa situação”, declara.
A feira é desenvolvida por meio da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), do Sebrae no Rio Grande do Norte. O diretor Técnico do Sebrae, João Hélio Cavalcanti Júnior, que participou do aniversário de sete anos da Feira Agroecológica de Mossoró, no último sábado (19), destaca a inclusão produtiva como grande ganho para os agricultores familiares que cultivam orgânicos no Rio Grande do Norte.
“Além de ter uma melhoria na vida social e econômica, a inclusão produtiva é o grande diferencial deste projeto que está transformando a vida de muitos agricultores. A feira de Mossoró é um exemplo de que investir na agroecologia é o caminho”, ressalta.
Agroecologia no RN
O Rio Grande do Norte já conta com um total de 22 feiras agroecológicas instaladas por meio do PAIS. Ainda nesta semana será inaugurada mais uma unidade, no município de Messias Targino. A ideia do Sebrae com iniciativa é estimular a produção e consumo de itens da agricultura sustentável, ao mesmo tempo em que proporciona mais renda para quem mora no campo e sobrevive da agricultura de subsistência.
Isso porque o sistema de cultivo orgânico acaba gerando valor agregado aos produtos, o que eleva a rentabilidade em cerca de 30% em comparação com os produtos tradicionais. As hortaliças e legumes comercializados vêm de um processo de cultivo livre de ações danosas ao meio ambiente, sem o emprego de agrotóxicos (adubo e veneno), queimadas, desmatamentos e com relações de trabalho corretas e justas.
Tudo começou em Natal, em 2006, quando o PAIS ainda não havia sido implantado. Por meio do PAIS, os agricultores familiares cultivam frutas, hortaliças, e desenvolvem também a criação de galináceos. Em Mossoró, os produtos, cultivados sem o uso de defensivos agrícolas, são comercializados na Feira Agroecológica, que funciona todos os sábados, das 6h às 9h da manhã.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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