Enquanto a atenção internacional se voltava para o primeiro jogo da semi-final da Copa do Mundo, Israel lançou uma série de bombardeios
contra a Faixa de Gaza, no primeiro dia da operação "Margem Protetora". Pelo menos 27 pessoas foram mortas e 100 ficaram feridas -- dentre elas mulheres e crianças.
Em resposta, grupos palestinos dispararam dezenas de foguetes contra cidades israelenses -- um foi interceptado no céu de Tel Aviv. A polícia de Jerusalém disse que um míssil atingiu um campo nos arredores da cidade, enquanto outros não chegaram a atingir seus alvos.
A violência na região se intensificou desde a morte de três jovens israelenses na Cisjordânia no mês passado, seguida do assassinato de um adolescente palestino, incendiado com gasolina enquanto ainda estava vivo. O governo israelense culpa o Hamas pela morte dos jovens, fato que foi negado pelo grupo. O crime aconteceu poucas semanas após o Hamas e o Fatah definirem um acordo histórico de reconciliação -- criticado por Israel.
Poucas horas depois do início da terceira operação contra o Hamas desde que o grupo assumiu o controle de Gaza, em 2007, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou a escalada, ao afirmar que prevê uma campanha bélica "conscienciosa, longa, contínua e dura". O chefe do governo se reuniu em Tel Aviv com os principais responsáveis de Segurança para avaliar as diferentes opções e destacou a possibilidade de uma operação terrestre de grande escala.
Além disso, o governo já havia autorizado a mobilização de 40 mil reservistas para a fronteira com Gaza, território palestino cercado por Israel e alvo frequente de investidas militares. A pior delas, no final de 2008 e início de 2009, deixou mais de 1,4 mil palestinos mortos. Treze israelenses, sendo 10 soldados, perderam a vida.
Reações
Em comunicado oficial, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, pediu ao governo israelense que freie a ofensiva e cobrou envolvimento da comunidade internacional para evitar uma escalada bélica que poderia levar instabilidade a toda a região. Segundo a agência de notícias oficial palestina Wafa, Abbas também fez "consultas urgentes" com líderes árabes e de outros países para tentar que o executivo israelense volte atrás na operação.
As brigadas "Azedim al-Qassam", pertencentes ao Hamas, responderam, por sua parte, que continuarão com suas operações até alcançar seus objetivos e que estão preparadas para ampliar e intensificar suas operações, que hoje incluíram uma tentativa de infiltração em território de Israel através do mar.
Peter Lerner, porta-voz militar para a imprensa estrangeira, afirmou que um soldado israelense ficou levemente ferido ao tentar impedir a entrada dos milicianos. O enfrentamento ocorreu perto de uma base militar próxima ao Kibutz de Zikim, no litoral mediterrâneo.
A Casa Branca condenou o lançamento de foguetes palestino e manifestou apoio ao direito de Israel de "se defender". Nenhum comentário foi feito sobre a mortes de civis palestinos.
Na mesma linha se pronunciou a ONU (Organização das Nações Unidas), cujo secretário-geral, Ban Ki-moon, condenou o lançamento de foguetes contra Israel e pediu a máxima moderação às duas partes, depois de forças de segurança israelenses iniciarem uma ofensiva contra a faixa.
"O secretário-geral está extremamente preocupado com a perigosa escalada de violência, que já causou várias mortes e ferimentos a palestinos como resultado das operações israelenses contra Gaza", disse o porta-voz de Ban, Stéphane Dujarric, na entrevista coletiva diária.
O diplomata, que considera "imperativo restaurar a calma", pediu que todas as partes tenham "a máxima moderação e evitem mais baixas civis e desestabilização". Ele ressaltou que também é necessário responder à "insustentável situação em Gaza nas dimensões política, de segurança, humanitária e de desenvolvimento" para conseguir uma solução.
Reprodução Cidade News Itaú via Opera Mundi
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