Polícia Civil adota novas condutas para investigar homicídios em Natal

A Delegacia Geral de Polícia (Degepol) publicou no Diário Oficial do sábado (26) as novas normas de investigação da Delegacia de Homicídios de Natal (Dehom). As

mudanças começaram na quinta (24), quando dois delegados da especializada foram transferidos para outras unidades.

Desde a data de publicação do decreto, passou a ser competência da Dehom a investigação de todos os casos de assassinatos na capital potiguar desde do registro da ocorrência, inclusive nos horários de plantão. Antes, a Delegacia de Homicídios entrava no caso somente depois que a DP responsável pela localidade onde ocorreu o crime repassasse o inquérito. A determinação se extende para os locais de crime dos assassinatos que acontecerem na região Metropolitana, segundo o artigo 3° do decreto.

O Diário Oficial também trouxe a designação do delegado Frank Albuquerque para a Homicídios. Ele estava à frente da 2ª DP de Parnamirim, na Grande Natal. Segundo a Degepol, Albuquerque agora passa a chefiar a equipe da Dehom.

As mudanças geraram insatisfação nos policiais que atualmente compõem o quadro da Delegacia de Homicídios, principalmente pela saída do delegado Laerte Brasil. os agentes e escrivães chegaram a colocar os cargos ã disposição da Delegacia Geral para transferência. Eles dizem que as modificações são uma represália da Degepol.

Para o chefe de investigação da Dehom, Juarez Paiva, a transferência dos delegados Laerte Brasil e Karla Viviane foi uma retaliação da Delegacia Geral de Polícia Civil contra a equipe da especializada. O motivo, segundo Paiva, foi um relatório enviado no início de julho para a Câmara de Monitoramento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) que fala sobre a situação de quatro carros doados pelo TJRN para a Dehom. "Os veículos nunca chegaram para nossa equipe. Foram desviados pela Degepol para uso pessoal e setor administrativo", afirma Paiva.

Ao G1, a assessoria da Degepol informou que o TJRN doou cinco veículos para a Dehom e apenas um não foi entregue porque está na oficina. "Vieram cinco veículos. Um foi para a Dehom de Mossoró, três foram entregues na Dehom de Natal e um permanece na oficina", informou a assessoria. Procurado pelo G1, o delegado geral Adson Kepler negou qualquer tipo de represália e afirmou que "a transferência dos delegados foi motivada com base em indicadores estatísticos seguindo critérios técnicos".

Reprodução Cidade News Itaú via G1